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Economia

Demissões fazem com que número de inadimplência cresça 196% em um ano

Renata Volpe Haddad | 22/09/2015 21:55
Consumidor reclama dos reajustes e diz que maneira de não ter nome sujo é pagar à vista. (Foto: Fernando Antunes)
Consumidor reclama dos reajustes e diz que maneira de não ter nome sujo é pagar à vista. (Foto: Fernando Antunes)

O número de inadimplentes em Campo Grande cresceu 196% em um ano e passou de 8.361 de pessoas com o nome sujo em agosto de 2014, para 22.606 de inscritos no SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), em relação ao mês passado.

Conforme os dados do serviço, em agosto deste ano, a dívida dos consumidores é de mais de R$ 8,7 milhões. No mesmo período do ano passado, o valor somava mais de R$ 5,2 milhões.

De acordo com o presidente da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande, João Carlos Polidoro, o número de inadimplentes aumentou em 2015 devido ao grande número de demissões. "Com a crise, empresas tem demitido, principalmente da construção civil e isso prejudica todo mundo. Mas não é só um caso da pessoa física, mas também das empresas que deixam de pagar as contas por causa do desaquecimento nas compras", avalia.

Segundo ele, a ACICG está realizando campanhas para poder ajudar o consumidor e também as empresas. "Temos a campanha Nome Limpo e a Semana da Conciliação que tem ajudado muitos a negociar suas dívidas e as empresas receberem o valor necessário", informa

Teresa conta que manter o nome limpo não é tarefa fácil. (Foto: Fernando Antunes)
Teresa conta que manter o nome limpo não é tarefa fácil. (Foto: Fernando Antunes)

Pessoas físicas – A população campo-grandense tem reclamado dos preços altos e dos reajustes feito pelo Governo Federal no último ano. E dão a dica para evitar que o nome fique sujo. "Pagar à vista. Se tem compra, se não, vá embora para casa feliz de não ter feito nenhuma dívida. Os reajustes são inúmeros, é preciso ter um controle para não comprar no cartão de crédito ou no crediário", analisa o músico, Bento Gerônimo Lima de Albuquerque, 51.

Esposa de Bento, Mônica Castro de Albuquerque, 46, conta que é difícil manter o nome limpo na praça. "Nós evitamos ao máximo fazer dívidas, mas por exemplo, nossa conta de água sempre vinha R$ 40, pulou para R$ 90, com a energia elétrica acontece a mesma coisa. Quem não pode pagar, acaba com o nome restrito", comenta.

A cozinheira Teresa de Fátima Leite, 50, diz que nunca teve o nome com restrição, mas que cumprir a função não tem sido tarefa fácil. "A gente aperta daqui e dali e consegue pagar as contas. Mas vejo muitos amigos reclamando de restrição no nome", avalia.

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