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Economia

Do aluguel ao app, startups fazem de MS estado promissor em ideias inovadoras

Aluguel de motos para viagem e monitoramento agrícola são alguns exemplos

Izabela Cavalcanti | 08/04/2023 09:37
Sistema monitora produção e condições climáticas em fazendas (Divulgação/Agrointeli)
Sistema monitora produção e condições climáticas em fazendas (Divulgação/Agrointeli)

As startups crescem em Mato Grosso do Sul. São ideias que surgem da própria necessidade das pessoas, como as boas e velhas invenções, mas agora usam tecnologia e acabam expandindo até para outros países, fazendo com que o Estado se torne uma das referências neste modelo, garante o gerente da Startup Sesi Fiems, Odilon Moura. Em Mato Grosso do Sul existem, pelo menos, 250 startups ativas, principalmente em Campo Grande e Dourados.

“Nós temos um cenário em crescimento, em nascimento, eu diria, porque, durante a pandemia, as startups em crescimento médio não sobreviveram. São empresas que nascem para resolver o problema”, destaca Odilon

Startup é um projeto de rápido crescimento. Diferente das empresas convencionais que esperam o produto ficar pronto para testar e vender, este modelo testa a ideia logo no início para poder reparar o erro antes de ser oferecido ao mercado.

Moto equipada com baús laterais e traseira, além de capacete com câmera (Foto: Divulgação/Terax)
Moto equipada com baús laterais e traseira, além de capacete com câmera (Foto: Divulgação/Terax)

Expansão - Exemplo de ideias inovadoras é a Terax Moto Aventura. O projeto começou a ser elaborado em maio de 2021, por Marcus Codorniz, e passou a operar em setembro do mesmo ano.

Ele é acostumado a viajar de moto por todo o Brasil e percebeu que para muitas pessoas que têm mesmo hobby, o mais viável seria o aluguel, por ter menos gastos com manutenção.

“Eu comecei a perceber que compravam a moto para fazer a viagem, e pela rotina do dia a dia muitas pessoas não conseguem viajar todos os meses. Para essas pessoas, o aluguel pode ser uma boa opção”, explica.

A empresa tinha apenas uma moto para aluguel e, atualmente, conta com 25 disponíveis, que já percorreram vários cantos do Brasil e de outros países, como por exemplo: Patagônia, Bariloche, Atacama, Norte da Argentina, Brasília, Bonito e Corumbá.

No local há jaquetas, botas, luvas, capacetes, encosto de garupa, baús laterais, intercomunicadores. Além de motos maiores como Tiger 900 Hally Pro, modelos da BMW, a Terax também está apostando em tamanhos menores para o dia a dia.

“Nós vemos como uma necessidade real das pessoas conhecerem o mundo pilotando uma moto. É um mercado que está em expansão, a parte do moto turismo. Nós já atendemos clientes dos Estados Unidos que pegaram moto aqui e foram para o Pantanal”, destaca.

A startup pode alavancar ainda mais com a chegada da Rota Bioceânica, que ligará Porto Murtinho à paraguaia Carmelo Peralta.

Motos equipadas estacionadas em pousada de Mato Grosso do Sul e cabanas montadas no chão (Foto: Divugação/Terax)
Motos equipadas estacionadas em pousada de Mato Grosso do Sul e cabanas montadas no chão (Foto: Divugação/Terax)

Aplicativo - Já o engenheiro da computação Renato Borges apostou no setor do agronegócio. Ele é um dos fundadores da Agrointeli, que surgiu em 2018. Desde pequeno, Renato vive no campo e sempre viu a dificuldade e os desafios que uma fazenda enfrenta.

Foi criado um sistema de CRM (aplicativos de informação), para monitoramento agrícola, que acompanha via satélite as condições climáticas, gestão, lavoura, além de relatório de visita, indicadores de taxas de conversão de vendas; análise de eficiência; produtividade, entre outros serviços. Atualmente, são mais de 1 milhão de hectares sendo monitorados.

“A história começou nesse sentido, onde fui resolver um problema da minha família. O faro empreendedor também prevaleceu nesse momento. Antes fazia de planilha, caderninho, hoje faz tudo por aplicativo”, explica.

A empresa saiu de cinco fazendas em Mato Grosso do Sul para 1.000 fazendas em 19 estados brasileiros e cinco países (Brasil, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Chile).

O projeto demorou para sair do papel apenas 40 dias. Na época, Renato conta que visitou 20 fazendas de Mato Grosso do Sul, sendo que somente 10 deram atenção e somente 5 fazendas fecharam o negócio.

“A gente pegou carona nesta onda de tecnologia do agro em Mato Grosso do Sul e expandiu para o Brasil inteiro. O produtor quer aumentar a lucratividade e cabe a ele ter essa conscientização que precisa dessa gestão”, completa.

Renato Borges à direita junto com o sócio, Bruno paniago (esquerda) que ajudou a criar a startup (Foto: Divulgação/Agrointeli)
Renato Borges à direita junto com o sócio, Bruno paniago (esquerda) que ajudou a criar a startup (Foto: Divulgação/Agrointeli)

Fiems - Em Mato Grosso do Sul, o Startup Fiems tem uma equipe e espaços para apoiar. O local tem sala de descontração; estúdio de áudio; com espaço maker (com duas impressoras 3D, computadores, materiais e ferramentas para a criação de protótipos).

Os recursos são do Governo do Estado, Sistema S, Sebrae e das próprias startups. Atualmente, há 15 startups incubadas.

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