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Economia

Enersul pode perder R$ 860 mil por dia sem reajuste a partir de 3ª feira

Aline dos Santos e Edivaldo Bitencourt | 05/04/2014 16:11

A suspensão judicial do processo administrativo para a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) avaliar o pedido de reajuste da Enersul, que estava marcado para a próxima segunda-feira, resultará em perda diária de R$ 860 mil.

O cálculo leva em consideração a receita bruta da empresa, que foi de R$ 1,9 bilhão em 2013. Caso autorizado, o reajuste de 16,19% equivaleria a R$ 314 milhões. Ao divulgar o pedido de reajuste, a Enersul apontou que o aumento solicitado era de 12,65%.

A suspensão do processo de reajuste foi deferida pela Justiça Federal, após ação popular, com pedido de liminar do deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB).

Conforme o deputado, a Aneel não disponibilizou informações que justifiquem o aumento da tarifa pretendido pela Enersul no prazo de 45 dias antes do Reajuste Tarifário Anual. Além disso, o pleito da empresa foi apresentado na internet de forma exageradamente resumida.

Em 2011, eram discriminados itens como financeiros, mercado, encargos, compra de energia, balanço e base de remuneração. Na planilha deste ano, foi apresentado resumo do pleito.

No entanto, segundo Jenner Ferreira, consultor do setor elétrico, a mudança na apresentação dos dados foi estabelecida há três anos.

“A planilha era complexa, com uma série de informações”, afirma. A mudança foi feita pela Aneel, após consulta pública. “A planilha mais cheia favorecia a melhor análise. Agora, a Aneel chamou para si a responsabilidade de validar os números”, salienta.

De acordo com o consultor, o pedido de reajuste de 16,19% retrata a crise do setor, que, principalmente desde novembro, acionou as termelétricas, produzindo uma energia bem mais cara do que as hidrelétricas. “Na planilha, isso entra na conta do desenvolvimento energético e encargo de energia emergencial”, explica.

Segundo ele, neste cenário seria impossível pleitear aumento abaixo de dois dígitos. Ele exemplifica que a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) pediu 30% e a Cemat (Mato Grosso) e CPFL Paulista, 26%.

Suspensa – O especialista no setor afirma que a suspensão do reajuste agora terá reflexo na composição dos preços em 2015. Por força de contrato, o aumento deve vigorar a partir de 8 de abril.

Desta forma, o reajuste será retroativo a esta data e o valor que deixa de entrar para a empresa é lançado na composição da planilha para reajuste da tarifa em 2015.

De acordo com a assessoria de imprensa da Enersul, a decisão judicial é avaliada pelo setor jurídico da empresa. A Enersul conta com 839,6 mil clientes em 74 municípios de Mato Grosso do Sul.

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