Entressafra eleva preço do leite e consumidor paga até 19% a mais
A estiagem e baixas temperaturas acarretam na entressafra do leite e com isso, a indústria laticínia vai pagar aos produtores de Mato Grosso do Sul 4% a mais, porém, os preços para os consumidores finais já têm aumento de até 19%.
Fornecedores repassam o aumento desde ontem (25) para estabelecimentos de Campo Grande. O preço do leite de saquinho tipo C subiu de R$ 2,19 para R$ 2,49 no supermercado Compre Bem.
Na padaria Pão e Cia, houve aumento de 19% no preço do leite de saquinho vendido no estabelecimento e de R$ 2,50 subiu para R$ 2,99 nesta segunda-feira. Porém, os bolos, tortas e salgados produzidos com leite, não vão ter aumento de preço na padaria.
Já no supermercado Santo Antônio, o aumento no valor do leite é de 6% e passou de R$ 2,20 para R$ 2,35.
De acordo com o gerente da loja, Erik Barbosa Gonçalves, o leite de caixinha ainda não teve reajuste. "Mas pelo cenário, o de caixinha também deve aumentar e não vai demorar", informa.
Em contrapartida, os produtos feitos com leite nas padarias de Campo Grande não devem ter aumento por enquanto. De acordo com o gerente da padaria Monte Líbano, Hélio Carlos Nantes, esse repasse afeta pouco na produção.
"Mesmo com a entressafra, esse valor acaba não afetando tanto na produção dos alimentos aqui na padaria. Porém, o aumento da gordura, da farinha de trigo, energia elétrica e mão de obra cara, o reajuste acaba afetando o consumidor final".
Aumento – De acordo com o Conseleite (Conselho Paritário entre Produtores e Indústrias de Leite) em março a média mensal paga pelo litro de leite por dia para quem produz até 100 litros foi de R$ 0,9269, enquanto no mês de abril o valor subiu para R$ 0,9614, ou seja, um acréscimo de 3,72% já sinalizando o possível aumento com o início da entressafra no Estado.
Para a presidente do Silems (Sindicato das Indústrias de Laticínios de Mato Grosso do Sul), Milene Nantes, além da questão da estiagem, a procura pelo produto em âmbito nacional também é grande e isso ajuda a elevar os preços.
“O início do período com temperaturas mais baixas afeta bastante a produção nas propriedades rurais e, por isso, a sazonalidade”, disse, informando que a produção em Mato Grosso do Sul varia entre 400 mil e 500 mil litros por dia e pelo menos 200 mil litros abastecem o mercado de outros Estados, como São Paulo, por exemplo, que é o principal comprador.