Fiems quer juros abaixo da Selic nas linhas de crédito do Brasil Soberano
Programa foi lançado para reduzir o impacto do aumento de até 50% nas tarifas de importação
O presidente da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), Sérgio Longen, defendeu que as linhas de crédito anunciadas pelo governo federal no pacote Brasil Soberano tenham juros compatíveis com os praticados no mercado internacional, na faixa de 3% a 4% ao ano. O programa foi lançado para reduzir o impacto do aumento de até 50% nas tarifas de importação sobre produtos brasileiros imposto pelos Estados Unidos.
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O presidente da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), Sérgio Longen, defende que as linhas de crédito do programa Brasil Soberano tenham juros entre 3% e 4% ao ano, alinhados ao mercado internacional. O programa, que disponibiliza R$ 30 bilhões, visa minimizar o impacto do aumento de até 50% nas tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos. Longen alerta que taxas elevadas podem comprometer a competitividade das empresas e critica a falta de segurança jurídica para exportadores. A Famasul também demonstrou cautela quanto ao programa, destacando preocupações com o possível endividamento dos produtores. O pacote prevê uma renúncia fiscal de R$ 5 bilhões até 2026.
Segundo Longen, o valor de R$ 30 bilhões anunciado para financiar empresas afetadas, por meio do FGE (Fundo Garantidor de Exportações) e com recursos do BNDES, só terá efeito real se não for oferecido a custo elevado. “Se vier com taxa de Selic mais algum adicional, as empresas vão quebrar. O empresário vai pensar duas vezes antes de assumir dívidas que não sejam competitivas internacionalmente”, alertou.
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O dirigente também cobrou segurança jurídica para exportadores e criticou o que considera improviso na formulação do programa. “Devolver impostos temporariamente não garante competitividade. Precisamos de estabilidade de regras e de devolução imediata de tributos para quem exporta. Lançar um pacote de afogadilho não resolve o problema estrutural”, disse.
O Brasil Soberano, instituído pela Medida Provisória 1.309/2025, prevê R$ 30 bilhões em crédito com acesso condicionado à manutenção de empregos, ampliação do percentual de restituição de tributos via Reintegra e desoneração parcial das exportações. A renúncia fiscal estimada é de R$ 5 bilhões até 2026.
Na quarta-feira (13), a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) já havia se posicionado de forma cautelosa, afirmando que não há como aderir ao crédito sem conhecer a taxa de juros e alertando para o risco de endividamento de produtores.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços mostram que os EUA foram o segundo maior destino das exportações brasileiras em 2024, atrás apenas da China, reforçando a importância de manter a competitividade no mercado norte-americano.
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