Em Singapura, MS oferece tilápia para mercados asiáticos
Riedel se reuniu com empresários e ministro para mostrar as potencialidades do Estado

Em mais um dia de reuniões em países asiáticos, após passar por Japão e Índia, comitiva sul-mato-grossense recebeu em Singapura sinais positivos de abertura de mercado para a exportação de tilápia, carne que o Estado exporta prioritariamente para os Estados Unidos e vê o risco de prejuízos com o chamado “tarifaço” instituído pelo presidente Donald Trump. O governador Eduardo Riedel, o secretário Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, e empresários tiveram uma série de reuniões hoje no país asiático, que também é um hub para fornecimento de produtos na região e concentra fundos bilionários de investimentos.
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A comitiva de Mato Grosso do Sul, liderada pelo governador Eduardo Riedel, busca ampliar mercados para a exportação de tilápia em Singapura, após visitas ao Japão e à Índia. O Estado, que já exporta a carne principalmente para os Estados Unidos, enfrenta riscos com as tarifas impostas pelo governo Trump. Em reuniões com o ministro Alvin Tan, foram discutidos investimentos em energias renováveis, logística e o potencial do Corredor Bioceânico para facilitar o comércio com a Ásia. Singapura, um importante hub financeiro e logístico, demonstrou interesse na tilápia sul-mato-grossense, que pode ser distribuída para países como Japão, China e Indonésia. Além disso, a comitiva explorou oportunidades com fundos de investimento bilionários e empresas de tecnologia, visando parcerias que impulsionem o desenvolvimento econômico e a inovação no Estado. A viagem, que começou na Índia, está programada para encerrar-se em breve.
O governador foi recebido pelo ministro do Comércio, Indústria e Desenvolvimento Nacional, Alvin Tan, que fez uma postagem entusiasmada no Linkedin sobre a conversa, dizendo esperar “ansiosamente o fortalecimento do nosso diálogo para promover o comércio, a transição energética e o desenvolvimento sustentável”. O ministro cita os investimentos no Estado em energias renováveis, com a instalação de indústrias de biocombustíveis, e que é “um dos maiores produtores de gado, celulose, milho e soja do Brasil, gerando cerca de 94% de sua energia a partir de fontes renováveis.”
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O ministro também destacou a força local de fintechs, que podem gerar parcerias comerciais e as possibilidades que o Corredor Bioceânico poderá abrir para relações envolvendo o Estado, conectando-o aos portos da Costa do Pacífico e “aumentando a conectividade logística e reduzindo o tempo de embarque para a Ásia.”
Nesse sentido, o governador e Verruck conversaram com representantes de empresas nos países visitados, como montadoras, para que utilizem a rota para as relações comerciais com o Brasil, como importação de peças.
Na Índia, conversaram com representantes da Mahindra e Tata Group, que são montadoras, para conhecer braço dos grupos voltados à inteligência artificial e novas tecnologias, para conhecer possibilidades que possam ser adotadas no Estado na área de inovação.
Tilápia e fundos de investimentos – A sobretaxa de 50% mantida sobre as proteínas animais do Brasil força o Estado a pensar em novos mercados. Nas conversas de hoje, em Singapura, Riedel, Verruck e empresários se reuniram com representantes da MTA (Singapore Meat Trades Association), associação do setor de carnes, e defenderam a venda da tilápia. O Estado consta entre os cinco que mais enviaram a carne aos EUA no ano passado. Em 2024, foram enviadas 562 toneladas do produto fresco ou congelado, conforme o painel da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul).
A possibilidade despertou interesse de empresários de Singapura, que negociam produtos e distribuem para países da região, como Japão, China e Indonésia. No Japão, a comitiva já tinha defendido a exportação de carnes bovina e suína. O país é tido como um dos mais exigentes na questão sanitária e MS tenta credenciar frigoríficos agora que o Brasil alcançou o status de área livre de febre aftosa sem vacina.
Ainda na agenda em Singapura constaram reuniões com executivos brasileiros na Emabixada e, depois, com o setor de investimentos. O país sedia fundos soberanos bilionários com tradição em investimentos em logística e concessões, incluindo empresas brasileiras. Singapura é formada por uma série de ilhas no sudeste asiático. É um dos principais centros financeiros do mundo e ostenta os melhores índices de desenvolvimento humano.
A viagem da comitiva começou no início da semana passada, pela Índia. O retorno está previsto para amanhã.