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Meio Ambiente

Setor vê reforço sanitário como segurança à expansão do eucalipto

Entidade afirma que controle evita pragas e ajuda a planejar expansão com novas fábricas

Por Gustavo Bonotto e Maristela Brunetto | 13/12/2025 19:55
Setor vê reforço sanitário como segurança à expansão do eucalipto
Árvores de eucalipto, plantadas no interior de Mato Grosso do Sul. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

O setor florestal de Mato Grosso do Sul avaliou como positiva a ampliação das regras sanitárias para o plantio de eucalipto. A análise foi feita pela Reflore após a publicação, nesta semana, de nova resolução estadual. A entidade afirma que o reforço no controle garante segurança ambiental e previsibilidade para a expansão da atividade no Estado.

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O setor florestal de Mato Grosso do Sul recebeu positivamente a ampliação das regras sanitárias para o plantio de eucalipto, segundo a Reflore/MS. As novas medidas visam fortalecer o controle de pragas e doenças, garantindo segurança ambiental e previsibilidade para a expansão da atividade no Estado. Com cerca de 1,89 milhão de hectares de florestas plantadas, o Estado é um dos maiores produtores mundiais de fibra curta, produzindo 7,5 milhões de toneladas de celulose anualmente. O setor representa 17% do PIB industrial estadual e 24% da produção nacional de celulose, com perspectivas de crescimento devido à entrada de novas fábricas.

Para o diretor-executivo da Reflore, Dito Mário, as medidas fortalecem a sanidade das florestas plantadas. “As ações são fundamentais para prevenir pragas e doenças e garantir um crescimento sustentável do setor”, afirmou. Segundo ele, o controle rigoroso ajuda a alinhar a expansão da base florestal à demanda industrial.

Além da celulose, o eucalipto abastece cadeias como etanol de milho, carvão vegetal e ferro-gusa. Cada atividade possui ritmo próprio de crescimento e exige planejamento específico. “Por isso, o setor observa essas cadeias para planejar, de forma integrada, a evolução da base plantada no Estado”, disse Dito Mário.

A entidade afirma que o setor já opera com padrões elevados de manejo florestal em Mato Grosso do Sul. Mesmo assim, reconhece que a expansão da área plantada amplia o risco sanitário. “À medida que cresce a área, aumenta também a oferta de alimento para pragas, o que exige atenção contínua”, avaliou.

A Reflore também destaca a necessidade de prevenção contra queimadas. O risco aumenta durante períodos de estiagem e altas temperaturas. Segundo a entidade, o cuidado vale tanto para maciços florestais quanto para sistemas silvipastoris.

Mato Grosso do Sul possui cerca de 1,89 milhão de hectares de florestas plantadas, conforme dados da Aprosoja. Com área próxima a 2 milhões de hectares, o Estado figura entre os maiores produtores mundiais de fibra curta. O potencial de expansão depende da demanda industrial e da infraestrutura disponível.

Atualmente, o Estado produz cerca de 7,5 milhões de toneladas de celulose por ano, com operações da Suzano e da Eldorado Brasil. Para sustentar esse volume, são necessários entre 28 e 30 milhões de metros cúbicos de madeira. A demanda tende a crescer com a entrada de novas fábricas.

O setor responde por 17% do PIB (Produto Interno Bruto) industrial estadual e por 24% da produção nacional de celulose.

A resolução publicada no Diário Oficial resulta de ação conjunta da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal). O texto amplia as medidas de controle sanitário sobre o plantio de eucalipto. A norma busca acompanhar a rápida expansão da atividade no Estado.

A resolução atribui à Semadesc a gestão das informações de inspeção e controle ambiental. Também institui cadastro obrigatório de florestas plantadas acima de meio hectare. O registro exige dados geográficos, CAR, espécie cultivada, data de plantio e previsão de colheita.

O cadastro passa a integrar o sistema MS Agrodata, que controla autorizações de corte. Os prazos seguem escalonamento até março de 2027, conforme o tamanho da área. A mudança amplia o prazo inicial, que venceria no fim de novembro.

A norma torna obrigatório o monitoramento mensal de pragas prioritárias do eucalipto. Entre elas estão Gonipterus platensis, Gonipterus pulverulentus e Glycaspis brimblecombei. O texto define critérios de amostragem e registros técnicos.

O nível de monitoramento varia conforme a espécie plantada. A resolução exige inspeção visual da copa em áreas menores e registro mensal em cultivos de Eucalyptus e Corymbia. Em caso de pragas, o produtor deve comunicar a Iagro de forma imediata.

A fiscalização passa a abranger todas as etapas da atividade florestal. O acompanhamento inclui plantio, manejo, colheita, transporte e armazenamento. A norma também dispensa o mapa geral da propriedade e isenta plantios anteriores a 2025 de informar a origem das mudas.