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Economia

Inadimplência cresce mais que o dobro em relação aos que limpam nome

Caroline Maldonado | 26/01/2016 12:24
Inadimplência aumentou 173% em dezembro de 2015 (Foto: Marcos Ermínio)
Inadimplência aumentou 173% em dezembro de 2015 (Foto: Marcos Ermínio)

A partir de agosto de 2014, aumentou o número de inadimplentes em Campo Grande, mas no segundo semestre do ano passado o cenário começou a melhorar e o mês de dezembro registrou alta de 78% no índice que aponta a recuperação de crédito, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Em contrapartida, a inadimplência cresceu mais que o dobro em relação aos que buscaram limpar o nome, a alta foi de 173% nesse período.

O resultado é sinal de que o consumidor foi impactado pelas condições adversas da economia e por isso buscou pagar as dívidas, na avaliação da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), responsável pela pesquisa.

Em dezembro, IRC (Índice de Recuperação de Crédito) foi de 435 pontos. No mesmo período de 2014, o indicador ficou em 244. Em 2013, o índice foi de 149 e em 2012 de 141. Os números mostram crescimento anual significativo da tendência de recuperação do crédito, segundo o economista da ACICG, Normann Kallmus.

“O ineditismo do comportamento desse índice em 2015 pode ser verificado pelo fato de que o crescimento contínuo se verificou a partir de junho, permanecendo durante todo o segundo semestre. A inflexão em novembro e dezembro explica-se por dois fatores: a campanha Nome Limpo, durante a qual as empresas associadas participantes ofereceram condições vantajosas para os clientes inadimplentes; e a utilização do 13º salário para liquidação das pendências”, analisa Kallmus.

Outro indicador, o que mensura a negativação do comércio, teve alta de 80 para 219 pontos na comparação entre os meses de dezembro de 2014 e 2015. No entanto, o INC (Índice de Negativação do Comércio) foi o mais baixo desde junho, no ano.

Apesar do aumento em relação ao mesmo mês, o economista acredita que tem destaque a queda desse indicador a partir de agosto. “Os consumidores buscaram equilibrar-se no decorrer do ano, diferentemente do que aconteceu no segundo semestre do ano anterior, início do período de queda do desempenho da economia brasileira”, explica Kallmus.

O economista avalia como positivo o comportamento do consumidor campo-grandense. “O que mais nos animou ao avaliar o resultado desses indicadores foi verificar que, ao contrário do que acontece com agentes governamentais, o consumidor da Capital buscou o reequilíbrio de suas finanças muito rapidamente ao perceber que as condições gerais da economia não eram favoráveis. Mais do que simples intenções, o resultado desse comportamento ajudou a todos, embora tenha apresentado, como efeito colateral, a queda significativa do movimento do comércio varejista, no final do ano”.

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