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Economia

Indústrias investem alto em tecnologia para liderar mercado e driblar crise

Renata Volpe Haddad | 21/07/2015 09:19
Investimento alto em maquinário já começa a dar retorno e Lacticínio Imbaúba recebe prêmio de 2º melhor doce de leite do país. (Foto: Divulgação)
Investimento alto em maquinário já começa a dar retorno e Lacticínio Imbaúba recebe prêmio de 2º melhor doce de leite do país. (Foto: Divulgação)

Cada vez mais indústrias têm investido em tecnologia, seja para aprimorar e aumentar a produção, se tornarem mais competitivas, diversificar a gama de produtos e em alguns casos, substituir a mão de obra. O investimento em maquinário pode chegar até R$ 1 milhão, algo que pode ser considerado ousadia em um momento em que se fala de crise, mas os empresários elencam motivos para dizer que vale o investimento.

Este é o caso do Lacticínio Imbaúba. A fábrica investiu R$ 1 milhão no maior equipamento que existe no Centro-Oeste, de acordo com o diretor comercial, Renato Gasparini. Ele comenta que a demanda pelos produtos cresceu muito nos últimos anos e os funcionários não estavam conseguindo suprir a necessidade dos clientes. "Os trabalhadores produziam dois mil copos de requeijão por dia, a máquina produz dois mil por hora", explica.

Gasparini comenta que apesar do alto investimento no maquinário, o retorno é grande. "Estamos fabricando 110 mil copos de requeijão por mês e agora vamos começar a vender os produtos para o Mato Grosso e atender todos os nossos clientes com tranquilidade sem precisar demitir funcionários. Pelo contrário, contratamos mais gente porque a demanda aumentou", comenta.

O resultado de tanto investimento começou a aparecer. O laticínio obteve o 2º lugar na categoria doce de leite, no 41º Concurso Nacional de Produtos Lácteos, realizado este mês, em Juiz de Fora, Minas Gerais. "Fomos escolhidos entre 127 concorrentes, perdemos apenas para o doce de leite de Viçosa, que vence todos os anos", comemora.

Crescimento - Há 17 anos em Campo Grande e no ramo de fabricação de persianas, a Decorações Pantanal investiu R$ 100 mil este ano em uma máquina que auxilia na fabricação de persianas romanas e rolos, realizando corte e algumas etapas de montagem e teste. "Passamos a produzir alguns modelos de persianas que antes comprávamos de terceiros. Deste modo passamos a ter um preço mais competitivo para tentar conter a crise", afirma o proprietário, Johni Ecco.

O investimento contribui com o desempenho da fábrica, automatizando alguns procedimentos que antes eram feitos manualmente. "Isso gera para nós economia de tempo e diminuição no prazo de entrega", informa.

Conforme Johni, os funcionários que faziam o trabalho da máquina, receberam um treinamento para operar os equipamentos. "Com elas, a produção aumentou devido a diversificação de produtos, mas ao mesmo tempo, reduziu o tempo gasto pelos funcionários na produção de cada item, o que gerou uma otimização e maior produtividade de cada trabalhador", analisa.

Funcionários com histórico bom, serão readequados nos turnos da fábrica. (Foto: Divulgação)
Funcionários com histórico bom, serão readequados nos turnos da fábrica. (Foto: Divulgação)

Demissões - Dificuldade em encontrar mão de obra, alta rotatividade de funcionários e falta de capacitação, são fatores que fizeram a Brasráfia, trocar os funcionários por maquinários. Nos últimos dois meses, 50 trabalhadores foram demitidos e há previsão de dispensar mais 10.

De acordo com a sócia da Brasráfia, Susan Seib, no último sábado (18), chegou um novo maquinário, que vai substituir mais 20 funcionários. "Os trabalhadores que têm um bom histórico, readequaremos na empresa, os outros, vamos dispensar, o que resulta na dispensa de 10 funcionários", afirma.

Para Susan, essa é uma tendência que ocorre no mundo inteiro, apesar do investimento de um maquinário ser alto. "Estávamos esperando terminar os experimentos que estavam fazendo com a máquina e resolvemos comprar. A máquina faz o processo de acabamento e encamisamento, não precisa de treinamento e substitui toda a parte de mão de obra", ressalta.

Aumento de custos – O reajuste de quase 32% na energia elétrica em 2015, também ajudou com que a indústria de sacarias pensasse em economia. "A energia é o nosso segundo maior custo e aumentou quase 70% e a demanda de pedidos não aumentou, apenas os custos. A saúde financeira da empresa está bem e não pensamos em fechar, mas precisamos readequar com a realidade", finaliza.

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