Jovens que criaram suplemento de soja para previnir câncer vão aos EUA
Duas jovens de Coxim, a 260 quilômetros de Campo Grande, ganharam credencial para participar da maior feira de ciências e tecnologia do mundo nos Estados Unidos. As técnicas em alimentos, Carla Fernanda Okabe e Rayane Dayana de Souza, ambas de 18 anos, criaram um suplemento alimentar extraído da farinha de soja, que previne alguns tipos de câncer e ainda pode ajudar na cura da doença.
As jovens cientistas se formaram em julho deste ano pelo IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul). Elas contam que escolheram a soja para pesquisa porque a oleaginosa é cultivada em diversos países, mas perceberam que ainda há pessoas que têm receio de consumir o alimento. “A disponibilidade de matéria-prima em abundância facilita o estudo. Sua viabilidade econômica foi um dos critérios para escolha da soja em nossa pesquisa. Outro detalhe percebido ao longo da experimentação é que vimos que muitas pessoas ainda têm medo de consumir a soja", destacou Rayanne.
Carla Fernanda garante que o suplemento à base de soja não é tóxico, nem oferece qualquer risco à saúde. "Concluímos após diversos testes laboratoriais que o suplemento desenvolvido em nossa pesquisa ajuda na prevenção e não ocasiona nenhum toxicidade em pacientes doentes, podendo ser um adicional no tratamento", explica.
As técnicas foram premiadas pelo projeto durante a 12ª Febrace (Feira Brasileira de Ciência e Engenharia), realizada pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Com isso, elas ganharam a credencial para participação na Feira Intel ISEF 2014, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Reconhecido pelo governo do Estado e de Coxim e entidades voltadas ao agronegócio e empreendedorismo, o projeto das jovens ganha cada vez mais apoio. Segundo o presidente da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja), Mauricio Saito, o trabalho desenvolvido pelas jovens servirá de exemplo para outros estudantes.
"As alunas conseguiram mostrar que a soja é mais que um alimento, é um remédio e uma nova esperança para uma doença que prejudica tantas pessoas no mundo inteiro. Outros alimentos também podem servir de experiência para que, com o suporte da tecnologia, os produtos agropecuários sirvam não só de alimentos, mas de meios para combater males da humanidade”, disse.
Também apoiam as iniciativas de apresentar o projeto em outros países, a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) e o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Em julho deste ano, após a formação, Carla e Rayane ganharam moção de congratulação na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul pela pesquisa desenvolvida.