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Economia

Mercado de carne in natura deve aquecer até 20% após operação da PF

Renata Volpe Haddad e Willian Leite | 18/03/2017 12:42
Movimento em açougue era grande na manhã deste sábado (18). (Foto: Marcos Ermínio)
Movimento em açougue era grande na manhã deste sábado (18). (Foto: Marcos Ermínio)

As vendas em açougues que comercializam carne in natura, ou seja, fresca, devem aquecer depois da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que revelou o uso de carnes podres, maquiadas com ácido e reembaladas depois de vencidas. Comerciantes acreditam que o aumento nas vendas pode chegar até 20% nos próximos dias.

A reportagem do Campo Grande News percorreu três açougues na manhã deste sábado (18) e o movimento estava intenso. 

Na Casa de Carne S4, localizada na avenida Júlio de Castilho, bairro Panamá, o responsável comercial, Edimilson Nantes, informa que as vendas devem começar a crescer gradativamente e aumentar em até 20% nos próximos dias.

"Aqui no açougue nós compramos carnes do frigorífico todos os dias, não vendemos carnes embaladas a vácuo, então o cenário deve ser de crescimento, de uma procura maior", alega.

O açougue compra carnes de frigoríficos de Campo Grande. "As desossas acontecem todos os dias, então a carne é de procedência, assim como o frango, carne suína. Como as vendas do mercado interno devem crescer, acredito que o preço da proteína animal deve cair", explica.

Produção de carne seca e linguiças acontece no próprio açougue no bairro Pioneiros. (Foto: Willian Leite)
Produção de carne seca e linguiças acontece no próprio açougue no bairro Pioneiros. (Foto: Willian Leite)

No bairro São Francisco, a Casa de Carne Oliveira está na avenida Euler de Azevedo há 20 anos, comandada pelo Osmar de Oliveira. Para ele, depois que a operação Carne Fraca foi desencadeada, é possível que os clientes vão se atentar mais ao que estão comprando. "Não acho que com essa repercussão todas as vendas devam cair, mas vão ficar como estão, razoáveis", acredita.

No local, o açougue só vende carne in natura e Oliveira acredita que o preço pode subir depois da Quaresma. "Estamos vendendo carne mais barata agora, porque tem bastante oferta no mercado, mas depois da Quaresma e com o mercado aquecido, o valor deve aumentar", diz.

Já o dono da Kon Carnes, localizado no bairro Pioneiros, João Jodoane, acredita que pode ter uma queda de até 20% nas vendas, a partir deste fim de semana, por causa da operação. "As pessoas não sabem a procedência de onde compram carne e precisam se atentar mais a isso, conhecer mesmo o lugar, saber o que estão levando para casa", alega.

Ele conta que vende aos fins de semana, mil quilos de carne e mil quilos de linguiça. A carne é comprada do frigorífico Frizelo, de Mato Grosso do Sul. "Eu produzo a linguiça que vendo e a carne seca aqui no meu açougue mesmo. Acredito que açougue que vende carne embutida e embalada com certeza vai ter prejuízo. Aqui a única coisa que eu revendo é o lombo suíno da Sadia", diz.

Comércio seguro - Conforme informações de profissionais do Ministério da Agricultura de Mato Grosso do Sul ouvidos pela reportagem neste sábado, foram dois anos de investigação em praticamente todas as plantas frigoríficas para chegar a 21 unidades de 4.837, ou seja, menos de 0,5% do total e 33 funcionários de 11.000, ou seja após dois anos de investigação, 99,5% estão dentro do padrão do maior e melhor sistema de inspeção do mundo.

Ainda segundo as fontes consultadas, 99,7% dos funcionários do Ministério dá Agricultura não cometeram nenhuma irregularidade. Para o profissional do setor, as carnes brasileiras sob o SIF (Sistema de Inspeção Federal) são as mais seguras do mundo.

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