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Economia

Na terra da carne, até preço da linguiça aumentou e a de Maracaju chega a R$ 55

A lista só aumenta. Não a de compras, mas a dos preços nas alturas mesmo

Anahi Zurutuza, Laiane Paixão e Bruna Marques | 09/09/2020 14:15
Linguiça "tipo Maracaju" em freezer de supermercado (Foto: Henrique Kawaminami) 
Linguiça "tipo Maracaju" em freezer de supermercado (Foto: Henrique Kawaminami)

Depois da alta do feijão, do óleo e do arroz, o quilo linguiça, uma das proteínas mais presentes na mesa do brasileiro, também disparou e por aqui, a linguiça de Maracaju, iguaria do Mato Grosso do Sul, chega a custa R$ 55.

Em alguns estados do País, o consumidor está tento de desembolsar mais que o dobro do que pagava em junho-julho pelo quilo da proteína, considerada há alguns meses uma das  mais baratas.

Na Capital, o maior aumento encontrado pelo Campo Grande News foi justamente no preço da linguiça de Maracaju, que chegou a 41% de acréscimo do início da pandemia até agora. Só neste ano, restaurante que também vende o produto in natura fez dois reajustes – o quilo passou de R$ 39, para R$ 45 e depois para R$ 55.

Dono de um dos açougues mais famosos da Capital por causa da linguiça caseira, João Jodoane, do Kon Carnes, localizado no bairro Pioneiros, afirma que se não revisasse a tabela sairia no prejuízo. O quilo da linguiça simples, que custava R$ 22,90 há um mês, foi reajustado para R$ 28,90. As versões com queijo e bacon saem por R$ 29,90.

No açougue Oriente, do Mercadão, a linguiça "tipo Maracaju" também é a que teve maior alta, 16% - passado de R$ 24,90 o quilo para R$ 28,90. Segundo funcionária do estabelecimento que tem fabricação própria, foi impossível segurar o preço, por causa da alta da carne. A linguiça do tipo toscana passou de R$ 15,90 para R$ 17,50 e a suína, de R$ 29,90 para R$ 34.

Lá em Maracaju, os açougues também tiveram que aumentar os preços. Dono da casa de carne que leva o nome da cidade, Adão Correa explica que cortou outras despesas para não ter de repassar aos clientes a alta da carne, mas mesmo assim precisou reajustar o valor do quilo de R$ 45 para R$ 48. “Ficou difícil para nós, fabricamos mais ou menos 80 kg por dia e não posso repassar tudo, porque é o nosso carro-chefe. Se repassar, não vende”.

Veja na tabela, os preços que o Campo Grande News encontrou das linguiças mais comuns em supermercados:

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Por quê? – A indústria da carne explica que o aumento dos custos com a produção refletiu nos valores das arrobas. Ao portal Uol, a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) detalhou que a elevação de mais de 30% nos preços de grãos, base da alimentação dos bovinos, suínos e aves, é um dos fatores.

A representante dos fabricantes também bota a culpa na pandemia, que fez aumentar as despesas com pessoal, diante dos afastamentos de funcionários com a covid-19, substituição dos afastados por pertencerem aos grupos de risco, paralisações temporárias, testagens em massa. Segundo a associação, no País, mais de 20 mil trabalhadores foram contratados para o lugar dos licenciados.

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