Nova licitação de ferrovia em MS deve sair só no fim do ano que vem
Na semana passada foi aberto o edital para escolher empresa que fará consultoria do projeto
A nova licitação para escolher a empresa que vai administrar a ferrovia Malha Oeste, que corta Mato Grosso do Sul de leste à oeste e ainda liga o centro do Estado à região sul, deve acontecer até novembro de 2022, conforme revela a Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).
O chefe da pasta, Jaime Verruck, participou nessa manhã de reunião por videoconferência com autoridades e operadores de logística que acompanham o processo de relicitação após a Rumo abdicar da concessão que pertencia a ela.
"É uma artéria que liga também à Bolívia e ao Paraguai. Nós estamos trabalhando conjuntamente com o Governo Federal, com o PPI [Programa de Parcerias de Investimento], e com os ministérios para termos a relicitação e, na sequência, a reconstrução da Malha Oeste", destaca Verruck após o encontro.
Já o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) trata a ferrovia com um meio logístico que dá competitividade tanto às riquezas produzidas em Mato Grosso do Sul como às importadas. "Além do mais, é uma conexão ferroviária com a Bolívia em uma ferrovia que se chama transamericana, ela ligaria Mato Grosso do Sul aos portos do Oceano Pacífico".
Histórico - Tradicionalmente conhecida como Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, a ferrovia teve grande impacto no desenvolvimento de Campo Grande como o principal polo do então Mato Grosso unificado, no início do século passado. Além disso, foi a porta de entrada de vários grupos de imigrantes na cidade.
A ferrovia também exerceu grande influência no crescimento de povoados que se tornaram potências regionais, como Três Lagoas, hoje conhecida como um dos principais polos brasileiros e mundiais da produção de celulose.
Apesar da grande relevância, a ferrovia ficou abandonada por décadas, se tornando um grande elefante branco. A estrutura chegou a ser licitada e entregue a Rumo, que acabou não desenvolvendo o trabalho pretendido ali e preferiu devolver a concessão.
Nos áureos tempos, a Noroeste do Brasil ligava Campo Grande à Corumbá - trecho onde também funcionou o transporte de passageiros no Trem do Pantanal -, passando por Aquidauana e Miranda, e também à Três Lagoas.
No Estado de São Paulo, entre as principais cidades que a linha férrea dava acesso estão Araçatuba (SP) e Bauru (SP) - depois a linha foi estendida até Mairinque (SP). Já no trecho do sul de Mato Grosso do Sul, a estrada de ferro que sai da Capital passava por Sidrolândia, Maracaju e encerrava sua malha em Ponta Porã.