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Economia

PIB de Campo Grande cresce 130% em 11 anos, mas é o penúltimo do Centro-Oeste

Fatores como população e peso de cada setor na economia refletem nos números

Por Izabela Cavalcanti e Guilherme Corrêa | 01/09/2025 10:09
PIB de Campo Grande cresce 130% em 11 anos, mas é o penúltimo do Centro-Oeste
Vista aérea da urbanização de Campo Grande (Foto: Osmar Veiga)

O PIB (Produto Interno Bruto) de Campo Grande mais que dobrou entre 2010 e 2021, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A economia da capital sul-mato-grossense saltou de R$ 15,1 bilhões em 2010 para R$ 34,9 bilhões em 2021, avanço de mais de 130% no período.

RESUMO

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O PIB de Campo Grande cresceu mais de 130% entre 2010 e 2021, passando de R$ 15,1 bilhões para R$ 34,9 bilhões. Apesar do expressivo aumento, a capital sul-mato-grossense ainda ocupa a penúltima posição entre as capitais do Centro-Oeste, atrás de Brasília e Goiânia, mas à frente de Cuiabá. A pandemia impactou o crescimento econômico entre 2019 e 2020, mas 2021 registrou recuperação com alta de 15%. Especialistas apontam a concentração da economia no setor de serviços, com distribuição de renda desigual, como um dos fatores para o PIB de Campo Grande ser menor que o de Cuiabá, cuja economia se baseia na agroindústria. Apesar disso, Campo Grande e Cuiabá demonstram crescimento mais acelerado que Goiânia e Brasília, indicando potencial de expansão em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A Prefeitura de Campo Grande destaca a competitividade da cidade e o crescimento contínuo do PIB nos últimos anos, enfatizando que o porte demográfico menor influencia no volume total do indicador.

Entre 2015 e 2016, os números mostraram crescimento mais tímido, reflexo da recessão que atingiu o País. Já entre 2019 e 2020, a pandemia de covid-19 manteve o PIB praticamente estável. Em 2021, porém, houve uma retomada significativa: a economia cresceu mais de 15%, alcançando maior salto da série histórica.

Apesar do avanço, Campo Grande ainda ocupa posição modesta entre as capitais brasileiras do Centro-Oeste, ficando em penúltimo lugar.

Em 2021, a cidade ficou bem atrás de Brasília, com R$ 286,9 bilhões, e Goiânia, com R$ 59,8 bilhões. Em seguida, estão Campo Grande, com R$ 34,73 bilhões, e Cuiabá, com R$ 29,75 bilhões.

Reflexo - O economista da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), Enrique Duarte, destaca que a principal diferença entre Campo Grande e Cuiabá está no peso de cada setor na economia. Enquanto Cuiabá se apoia fortemente na agroindústria, Campo Grande tem sua base no setor de serviços, mais diversificado, mas com uma distribuição de renda menos equilibrada.

Segundo ele, esse fator explica por que a renda per capita cuiabana é historicamente superior. Em 2010, por exemplo, os moradores da capital mato-grossense tinham uma renda per capita de R$ 22,7 mil, frente aos R$ 19,1 mil de Campo Grande. Já em 2021, essa diferença se ampliou: Cuiabá atingiu R$ 47,7 mil, enquanto a capital sul-mato-grossense ficou em R$ 37,9 mil.

“Como a indústria distribui mais equitativamente a renda, os efeitos repercutem de forma mais positiva na maior parcela da população. Este processo caminha em sua terceira década na capital cuiabana, o que alavanca um crescimento sustentado e consolida esta dinâmica econômica na capital mato-grossense. Em nossa capital, apesar de a atividade econômica ser mais diversificada que a de Cuiabá, a renda é distribuída de maneira mais desigual, o que nos leva a um crescimento menor”, explicou.

Outro ponto apresentado pelo economista é que, quando comparadas as capitais do Centro-Oeste, Campo Grande e Cuiabá crescem em ritmo mais acelerado do que Goiânia e Brasília, indicando que Mato Grosso e Mato Grosso do Sul ainda têm espaço para expansão.

No entanto, Enrique defende que o Centro-Oeste tem um ritmo de crescimento melhor que São Paulo. “O ritmo de crescimento da cidade de São Paulo, o maior PIB do País, é menor que todas as capitais do Centro-Oeste, o que significa que a Região Centro-Oeste está tendo uma dinâmica maior que a principal cidade do País”, finalizou.

Conforme o IBGE, por ano, Cuiabá cresce 12,48%; Campo Grande, 11,83%; Goiânia, 9,65%; e Brasília, 9%.

A Prefeitura de Campo Grande deixa claro que, apesar do resultado, Campo Grande é a cidade mais competitiva do Centro-Oeste e de Mato Grosso do Sul, segundo o ranking CLP (Centro de Liderança Pública) 2025.

“O PIB, por sua natureza, reflete fatores internos e externos e deve ser analisado em série histórica, na qual se observa o crescimento contínuo da Capital nos últimos anos. Ao comparar com outras capitais, é importante relativizar pela população: Campo Grande tem um porte demográfico menor e mais recente que outras regiões metropolitanas, o que naturalmente impacta o volume total do PIB”, pontuou em nota.

Também defende que “os indicadores mostram uma cidade em expansão, cada vez mais preparada para atrair investimentos e gerar oportunidades”, completou.

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