População sente aumentos no bolso e muda a rotina para economizar
Os últimos reajustes na tarifa de energia elétrica, no preço dos combustíveis e de produtos alimentícios estão preocupando tanto o campo-grandense que tem gente mudando a rotina para economizar, como Rafaela Rodrigues, que trabalha em uma loja de bolos caseiros.
Aos 20 anos, Rafaela precisa bancar os custos da motocicleta que tem. Com o aumento no preço da gasolina, a escolha foi poupar gastos. "Moro no Tiradentes, mas trabalho no bairro Piratininga. Por causa da despesa, deixei de almoçar em casa e fico aqui no trabalho mesmo. Não tem como ir mais, é muito longe", conta.
Outra grande responsável pelo aumento das despesas do consumidor é a conta de energia elétrica. Passou a valer nesta quarta-feira (8) aumento de 3,22% na tarifa, que é somado ao reajuste extraordinário de 27,9% feito em março deste ano. Com isso, a luz acumula alta de quase 32% em 2015.
Aumento visível - Diante deste cenário, Dayana Franco Lira considera a situação das finanças dela "muito complicada". A manicure recentemente comprou casa própria, mas ainda não sabe se comemora ou se preocupa-se. "Além da prestação da casa, preciso pagar por vários gastos que estão mais caros agora. A primeira conta de luz que paguei quando mudei pra casa nova foi de R$ 85. Hoje, dois meses depois disso, paguei R$ 126", lamenta.
A cabeleireira Maria José da Silva, do salão Classe Unissex, que fica na Manoel da Costa Lima, também está preocupada, principalmente com a conta de energia.
"Não sei para onde vamos correr para conseguir driblar esses aumentos. O movimento no salão não é grande todos os dias. Tem semana que a frequência de clientes cai, mas as contas não deixam de chegar", analisa.
Em casa - Além dos gastos do salão, Maria também tenta equalizar as contas de casa. Uma saída que ela encontrou foi reaproveitar a água utilizada na máquina de lavar roupas. "A primeira água dispensada pela máquina eu jogo fora, mas a segunda água eu guardo para usar na limpeza da casa. O jeito é usar alternativas para conter os gastos", aconselha.
O funcionário público Agripino da Silva acredita que a saída é eliminar ou pelo menos diminuir despesas no lazer e, até, na alimentação.
"Comer em restaurante, gastar muito no mercado, são coisas que estou cortando. O jeito é eliminar gastos supérfluos e focar somente no essencial mesmo, porque deixar de pagar pela água e pela luz não tem como", conclui.