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Economia

Salário mínimo será de R$ 1.621 com inflação fechando em 4,18%

Cálculos foram atualizados conforme o INPC - Índice Nacional de Preços ao Consumidor

Por Ângela Kempfer | 10/12/2025 11:04
Salário mínimo será de R$ 1.621 com inflação fechando em 4,18%
Trabalhadora e clientes em caixa de supermercado de Campo Grande (Foto: Arquivo)

O salário mínimo de 2026 será de R$ 1.621, segundo os cálculos atualizados a partir da inflação medida pelo INPC, que fechou 12 meses com alta de 4,18%. O índice, divulgado nesta quarta-feira pelo IBGE, é a base para o reajuste anual e já aponta quanto o valor poderá subir em janeiro.

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O salário mínimo brasileiro deve alcançar R$ 1.621 em 2026, representando um aumento de R$ 103 em relação ao valor atual de R$ 1.518. O reajuste de 6,79% considera a inflação de 4,18%, medida pelo INPC, e o crescimento econômico de 2024, limitado pelo arcabouço fiscal. A nova projeção, menor que a estimativa inicial de R$ 1.627 prevista no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, impacta diretamente as despesas públicas, especialmente benefícios como o BPC, destinado a idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade.

O INPC de novembro foi de 0,03%, mas o que pesa para o salário mínimo é o acumulado até o mês, que determina uma das duas correções previstas pela regra atual. A primeira é justamente a reposição da inflação dos 12 meses. A segunda leva em conta o crescimento da economia de dois anos antes, neste caso 2024, que o IBGE revisou para expansão de 3,4%.

Mesmo com esse avanço, o arcabouço fiscal limita o ganho real do mínimo a um intervalo entre 0,6% e 2,5%. Com esse teto, o valor calculado chega a R$ 1.620,99, que pela lei é arredondado para R$ 1.621. Isso representa um reajuste total de R$ 103 em relação aos atuais R$ 1.518, alta de 6,79%.

A nova projeção deve obrigar o governo a revisar suas contas. O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2026, aprovado pelo Congresso, estimava o mínimo em R$ 1.627, o que embutiria um reajuste maior, de 7,18%.

O salário mínimo tem impacto direto nas despesas públicas porque serve de base para benefícios como o BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade. Quanto maior o reajuste, maior a pressão sobre o orçamento.

Assim como o mínimo usa o acumulado do INPC até novembro, o seguro-desemprego, o teto do INSS e os benefícios acima do salário mínimo são corrigidos pelo INPC fechado de dezembro.

O índice é divulgado paralelamente ao IPCA, conhecido como inflação oficial, que fechou novembro em 0,18% e acumula 4,46% em 12 meses. Enquanto o IPCA reflete o custo de vida de famílias com renda até 40 salários mínimos, o INPC mede a inflação para quem ganha até cinco salários, dando mais peso a itens essenciais. No INPC, alimentos respondem por quase 25% da cesta, contra cerca de 21% no IPCA. No sentido contrário, passagens aéreas pesam menos para as famílias mais pobres.

Segundo o IBGE, o INPC existe justamente para manter o poder de compra dos trabalhadores de menor renda, ao medir as variações da cesta de consumo desse grupo. A coleta de preços é feita nas principais regiões metropolitanas do país, além de capitais, o que inclui Campo Grande.