Setor de celulose deve investir R$ 31 bilhões em MS até 2032
Projeção da XP Investimentos aponta Inocência e Bataguassu como áreas em expansão e construção de nova fábrica
A indústria de processamento de eucalipto para produção de papel e celulose deve investir US$ 5,4 bilhões, o equivalente a R$ 31 bilhões, nos próximos sete anos, no Vale da Celulose, em Mato Grosso do Sul. A projeção consta de relatório da XP Investimentos que mapeou expectativas de novos projetos no estado nos próximos sete anos, pelo menos.
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O setor de celulose em Mato Grosso do Sul deve investir R$ 31 bilhões até 2032, segundo a XP Investimentos. A construção de uma nova fábrica com capacidade de 2,5 milhões de toneladas de celulose é prevista, impulsionada pela demanda da China. Regiões como Norte de Inocência e Sul de Bataguassu são promissoras para novos investimentos. A produção deve dobrar, com a área de eucalipto quase dobrando até 2023. Empresas como Suzano e Klabin são destacadas como potenciais beneficiárias. Atualmente, o estado gera mais de 14,9 mil empregos diretos e 12 mil indiretos na cadeia produtiva florestal.
Conforme o relatório da XP, ao qual o Campo Grande News teve acesso, os especialistas da agência financeira informam que esses recursos são para construção de uma nova fábrica com capacidade de 2,5 milhões de toneladas de celulose. Estima-se que a produção deverá dobrar, embalada pela crescente demanda da China, que vem impulsionado os projetos na América Latina.
As regiões mais promissoras para receber esses novos investimentos são o Norte de Inocência e Sul de Bataguassu, onde existem terras mais acessíveis em meio à concorrência de outras culturas agrícolas na região.
Hoje a maioria das plantações de eucalipto concentra-se na região Leste do estado, onde o cultivo concorre com a soja, pastagens e, em menor escala, com cana-de-açúcar. As terras mais valorizadas ficam em Água Clara e Três Lagoas, com preços variando entre R$ 25 mil e R$ 30 mil por hectare, conforme o relatório da XP.
Estão presentes no estado indústrias da Eldorado, da Suzano, da Arauco e, mais recentemente, da Bracell, cuja fábrica encontra-se em processo de licenciamento em Bataguassu.
A instituição financeira considera a Suzano, que já possui fábricas no estado, e a Klabin, como as empresas com maior potencial de aproveitar esse novo cenário. A Klabin ainda não possui fábricas em Mato Grosso do Sul, mas realiza estudos de material genético florestal na região a fim de avaliar a qualidade dos eucaliptos no estado. Procurada pela reportagem, a empresa não respondeu.
Sem falar de investimentos futuros, a Suzano informou que possui capacidade instalada para produzir cerca de 5,8 milhões de toneladas de celulose ao ano em Mato Grosso do Sul, somando as unidades de Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas, com a geração de 9 mil postos de trabalho diretos na região, entre próprios e terceiros. Com a nova fábrica em Ribas do Rio Pardo, a Suzano ampliou sua produção global de celulose em cerca de 20%.
Hoje toda a cadeia produtiva florestal no estado responde por mais de 14,9 mil empregos diretos e 12 mil indiretos.
Aumento da produção - Pelos cálculos dos especialistas da XP, área de terra dedicada ao plantio de eucalipto deverá quase dobrar até 2032, saindo de 1,5 milhão de hectares, em 2024, para cerca de 3 milhões de hectares. “Com esse aumento e assumindo uma produtividade de 35 m³ por hectare ao ano, projetamos que a capacidade de produção de celulose poderá aumentar de 9,2 milhões de toneladas para mais de 20,6 milhões de toneladas até 2032.”
Especialistas da XP avaliam que as grandes áreas de pastagens próximas a regiões como Inocência (onde existe o novo projeto da Arauco) e Bataguassu (novo projeto da Bracell) devem ser transformadas em plantações de eucalipto futuramente, já que o estado deve se fortalecer como o "Vale da Celulose" do Brasil.
Consolidado como o maior exportador de celulose no Brasil, Mato Grosso do Sul praticamente dobrou a área cultivada de eucalipto no período de 2013 a 2023, de 0,7 milhão de hectares para 1,4 milhão de hectares.