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Economia

Tecnologia de fábrica melhora uso de eucalipto que não vira celulose

Setor é reconhecido por automação no processo industrial. Eldorado aperfeiçoou uso de madeira inservível

Por Maristela Brunetto | 28/03/2025 11:43
Tecnologia de fábrica melhora uso de eucalipto que não vira celulose
Empresa aperfeiçoou tecnologia para aproveitar na produção de energia madeira insersível à produção de celulose (Foto: Divulgação)

RESUMO

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A Eldorado Brasil Celulose, em Três Lagoas (MS), implementou uma nova Central de Processamento de Biomassa que otimiza o aproveitamento de madeira não utilizável na produção de celulose. A tecnologia substitui o antigo processo de picagem nas florestas, que utilizava equipamentos a diesel, por um sistema automatizado movido a energia renovável. A nova central tem capacidade de processar até 1.500 toneladas de biomassa por dia em 12 horas de operação. O material processado alimenta a Usina Termelétrica Onça Pintada, gerando energia suficiente para abastecer uma cidade de 1,4 milhão de habitantes. A empresa afirma que 96% de sua matriz energética é renovável e remove da atmosfera 12 vezes mais gases do que emite. O projeto, iniciado em 2023, reforça as políticas ESG da empresa, que produz 1,8 milhão de toneladas de celulose anualmente e emprega cerca de 5 mil pessoas.

A atividade de fabricação da celulose é reconhecida pelo uso de maquinário com alta tecnologia em toda a cadeia de produção, com equipamentos que realizam o processo gerando baixo volume de resíduos. A Eldorado Brasil Celulose, instalada em Três Lagoas, aperfeiçoou o processo de aproveitamento de restos de madeira que não tinham condições de utilização na indústria, com uma Central de Processamento de Biomassa que prepara a madeira a ser utilizada na produção de energia utilizada para mover os equipamentos da unidade.

Conforme a empresa, as toras que não estavam em condições de aproveitamento na produção da celulose, portanto inservíveis, passavam por picagem na própria região das florestas, com uso de equipamentos movidos a diesel, que eram mais poluentes.

A central de processamento, ativada na área da fábrica, com maquinário da Valmet, aperfeiçoou a picagem da madeira com o uso de energia renovável, produzida com uso de biomassa. O poder público e o setor privado têm discutido formas de ampliar o uso de energias renováveis em detrimento das fontes fósseis, alterando a matriz energética, gerando menos poluição.

A Eldorado informou que a construção da central de processamento envolveu trabalho de vários setores da empresa, com esforços iniciados em 2023. Essa mudança aperfeiçoou a operação, com capacidade de produção de até́ 1.500 toneladas de biomassa por dia, quantidade que se alcança com 12 horas de picagem da madeira.

Tudo é feito de forma automatizada. A madeira chega em tritrens, uma grua imensa descarrega o material, que é levado por uma correia, que tem até detector de metais para evitar risco ao processo, onde ocorre a picagem e a madeira vira a biomassa, depositada em caminhão e levada para a Usina Termelétrica Onça Pintada, dentro da própria planta da Eldorado.

Ali, uma caldeira consome essa madeira e produz a energia, que será integrada à rede elétrica nacional. Segundo a empresa, 96% da matriz energética tem origem em fontes renováveis. A quantia produzida na termelétrica poderia abastecer uma cidade de aproximadamente 1,4 milhão de pessoas. Além disso, uma pequena usina hidrelétrica também opera na fábrica, reaproveitamento a água residual do processo de fabricação da celulose para produzir energia.

A Eldorado aponta ser a única a fazer esse processo com os efluentes, utilizando a energia que produz no prédio administrativo do complexo industrial. Ela sustenta que remove da atmosfera 12 vezes mais gases do que emite, o que deve aumentar com a nova forma de processar a madeira inservível.

Segundo o gerente geral industrial da Eldorado,  Marcelo Martins,  a mudança reforça a eficiência e a sustentabilidade da operação. “Além disso, ao substituir o diesel por energia renovável, reduzimos também as emissões de carbono e aumentamos a independência energética da empresa", analisou.

A Eldorado também apontou que a nova tecnologia implantada reforça as políticas ESG da empresa e a aposta em inovação e práticas sustentáveis. Na fábrica de Três Lagoas a capacidade de produção é de 1,8 milhão de toneladas de celulose, trabalho que envolve uma equipe de cerca de 5 mil pessoas, em diferentes etapas.

O Estado acabou se tornando referência nessa atividade, com quatro fábricas produzindo a celulose, que se tornou o principal produto de exportações. Outra empresa terá obras iniciadas em abril e há expectativa de definição de local nos próximos dias para a chegada de uma sexta fábrica.

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