Um mês após tarifaço de Trump, exportação de carne de MS aos EUA despenca 51,9%

As exportações de Mato Grosso do Sul alcançaram US$ 903,3 milhões em agosto deste ano, segundo dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio). A celulose liderou a pauta, com US$ 219,1 milhões, seguida pela carne bovina fresca, refrigerada ou congelada, que somou US$ 173,3 milhões.

Do total de carne embarcada, apenas US$ 7,6 milhões tiveram como destino os Estados Unidos, já sob efeito da tarifa de 50% imposta pelo governo de Donald Trump, em vigor desde o dia 6 de agosto. Em julho deste ano, as vendas de carne para o mercado norte-americano haviam atingido US$ 15,8 milhões, uma queda de 51,9% em comparação ao mês anterior.

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Enquanto no comparativo da exportação total de carne bovina, Mato Grosso do Sul saiu de US$ 166,4 milhões para US$ 173,3 milhões, uma leve alta de 4,1%.

Na comparação anual, agosto de 2024 registrou US$ 103,4 milhões em vendas de carne bovina, contra US$ 173,3 milhões em agosto deste ano, crescimento de 67,5% no geral. Para os Estados Unidos, porém, o movimento foi oposto: de US$ 14 milhões em agosto do ano passado para US$ 7,6 milhões neste ano, queda de 45,8%.

Liderança absoluta - A China segue como principal destino da carne bovina sul-mato-grossense. Em agosto, o país comprou US$ 91 milhões do produto, além de US$ 132,6 milhões em soja e US$ 112,8 milhões em celulose. Chile e México também aparecem à frente dos Estados Unidos na lista de compradores de carne bovina.

Em julho, os números já mostravam a relevância da China: foram US$ 74 milhões em carne bovina, além de US$ 317 milhões em soja e US$ 128,8 milhões em celulose. Os norte-americanos apareciam como o terceiro maior comprador da carne naquele mês.

Para o vice-presidente do Sicadems (Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de MS), Alberto Sérgio Capucci, a retração era prevista diante da nova tarifa dos EUA. “O número está bem baixo em relação ao mês passado. Hoje, as exportações se mantêm em bons níveis para outros países, mas para os Estados Unidos o volume é pouco expressivo. Isso é reflexo direto do tarifaço, já esperado pelo setor”, afirmou.

Segundo ele, parte do montante exportado em agosto provavelmente foi embarcada antes do início da cobrança da tarifa, em operações antecipadas pelo mercado.

As tarifas estão embutidas em uma nova política protecionista de revisões tarifárias de Donald Trump, que incluiu no início do mês uma taxa adicional de 40% a alguns produtos brasileiros, somando a tarifa padrão de 10% aplicada desde abril deste ano.

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