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Economia

Vacina contra aftosa sobe 23% e custo para imunizar rebanho atinge R$ 34 mi

Caroline Maldonado | 01/11/2014 10:16
Dose que era encontrada por R$ 1,30, agora custa entre R$ 1,50 e R$ 1,60 (Foto: Divulgação/Famasul)
Dose que era encontrada por R$ 1,30, agora custa entre R$ 1,50 e R$ 1,60 (Foto: Divulgação/Famasul)

Com o início da segunda etapa da campanha de vacinação contra febre aftosa, os pecuaristas já se preparam para a alta nos preços do produto que chega a 23% este ano. A dose, que até maio era encontrada por R$ 1,30, agora custa entre R$ 1,50 e R$ 1,60 e a conta para imunizar todo o rebanho do Estado, com 21,4 milhões de cabeças, pode chegar a R$ 34,24 milhões. Os produtores reclamam a falta de atenção do governo ao reajuste feito pelos laboratórios que fornecem as doses aos representantes agropecuários.

A Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) já entrou com representação contra os laboratórios que produzem a vacina no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), além de recorrer até ao Procon (Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor).

Para o presidente da Acrissul, Francisco Maia, os laboratórios formam um cartel fazendo com que o produtor não tenha saída, a não ser comprar as doses no preço instituído pelos fornecedores. “Todo ano é uma verdadeira exploração, porque é um segmento cartelizado. São duas ou três empresas que fazem o preço, o governo não toma as devidas medidas com relação a isso e o produtor não tem saída, porque é obrigado a vacinar”, diz o presidente da entidade.

O reajuste, que o presidente classifica como uma “faca no pescoço do pecuarista”, é feito todos os anos. Segundo Maia, o preço sobe sempre além da inflação e resta ao produtor negociar para conseguir desembolsar um pouco menos. “O Governo do Estado deveria ver junto aos laboratórios o por quê desses reajustes”, provoca o presidente da Acrissul.

“O jeito é juntar três ou quatro pecuaristas para comprar muito e comprar com preço melhor”, sugere Maia, ao explicar que a Acrissul continua se manifestando para conter os reajustes do produto, mas sem sucesso. O pecuarista Darci Ruy Borgelt, que tem propriedade em Chapadão do Sul, a 321 quilômetros de Campo Grande já se conformou com os preços. “Temos que vacinar. Não tem jeito, então eu já nem me preocupo com o valor”.

Na Alvorada Produtos Agropecuários, onde a dose da vacina sai por R$ 1,60, o gerente Ricardo Sousa explica que o preço é definido pelo laboratório e as lojas repassam o reajuste ao produtor, mas quando o pecuarista chora, pode conseguir um preço melhor de acordo com o valor total da compra no estabelecimento. “A vacina traz várias despesas, como isopor e gelo, então é difícil não passar o preço ao consumidor. Descontos dependem de quanto os clientes compram no total de produtos”, diz.

Prazos - A segunda etapa da campanha de vacinação contra febre aftosa 2014 começa neste sábado (1º) nas regiões do Pantanal e Planalto do Estado. A imunização é obrigatória para todas as faixas etárias, de "mamando a caducando", nas regiões de Fronteira e Pantanal para os produtores optantes da etapa de novembro, já no Planalto deverão ser vacinados apenas os animais de 0 a 24 meses.

Até 15 dias após o término da campanha, o produtor deverá fazer a declaração de vacina no site da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal). Na região de Fronteira (antiga zona de Alta Vigilância), a segunda fase da vacinação começou no dia 1º de outubro, com prazo final no dia 15 de novembro. No Planalto a vacinação vai até 30 de novembro e no Pantanal até 15 de dezembro.

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