Abstenção aumenta confiança de candidatos do “Enem dos Concursos”
Provas foram aplicadas neste domingo em Campo Grande, Corumbá, Dourados e Três Lagoas
Quanto menor a concorrência, maiores as chances de uma boa colocação. Na sala de todos os entrevistados pelo Campo Grande News, ao final do "Enem dos Concursos", a taxa de candidatos ausentes chegou a pelo menos 50%. O balanço oficial de abstenção ainda não foi divulgado pelo governo federal.
Apesar de considerarem a prova difícil, temas como a questão indígena, muito presente no Mato Grosso do Sul, fez com que os candidatos se familiarizassem mais fácil com o novo modelo de concurso.
O psicólogo Gabriel Recalde, 23 anos, contou que fez a prova para o bloco 5, que abrange os temas de educação, saúde, desenvolvimento social e direitos humanos. "A prova foi bem diferente dos outros concursos que costumo fazer. Ela estava bem focada nos aspectos das políticas públicas, com enfoque ainda maior no SUS (Sistema Único de Saúde)", disse ele.
Para o candidato, as questões sobre indigenismo não estavam muito "aprofundadas", o que facilitaria na hora de responder. "Era preciso ter pelo menos algum conhecimento prévio, estar antenado nas notícias. Principalmente porque no bloco 5, tinha bastante sobre questão indígena, muito presente aqui no estado", afirmou Gabriel. Segundo ele, quem está antenado nos conflitos que estão ocorrendo em Douradina, conseguiu ter um desempenho melhor do que os demais concorrentes.
Gabriel contou ainda que não fez um plano de estudos para realizar a prova de hoje, mas acredita ter se saído bem. Na sala do psicólogo, tinham entre 15 e 20 candidatos, e eram esperadas 50 pessoas. O cenário de abstenções se repetiu na sala em que a professora de apoio, Natália Portilho, de 39 anos realizou a prova.
Segundo ela, tinham apenas 20 candidatos na sua sala. "Eu achei estranho porque o último concurso que fiz aqui lotou. Hoje cheguei até mais cedo, por volta das 6h, e não vi nada de congestionamento. Imaginei que seriam muitas outras pessoas", afirmou ela. Para Natália, a prova estava difícil, visto que essa banca coloca muitas "pegadinhas" nos textos.
A geógrafa Amanda Lorrainy, de 22 anos, relata que estudou pouco para participar do "Enem dos Concursos". Segundo Amanda, nas partes vocacionais da prova ela acredita que vá se sair melhor. "Eu espero que devido aos ausentes isso contribua com a colocação do resultado. Pretendo continuar no estado caso eu consiga passar no concurso, mas dependendo do salário, eu não vejo problema em sair não", afirmou ela.
Prova - Pela manhã, todos os candidatos realizarão uma prova discursiva e objetiva comum a todos os blocos. À tarde, foi a vez das questões específicas de cada área, com mais ênfase nas áreas de concentração de nível superior.
Em Mato Grosso do Sul foram 33.909 inscritos para as provas em Campo Grande (21.189), Três Lagoas (2.502), Dourados (7.647) e Corumbá (2.571). No Brasil 2.114.128 candidatos disputam as 6.640 vagas com salário de até R$ 22 mil. No estado, a oferta maior é para indigenista, ou funções relacionadas ao indigenismo, na Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), com 323.250 inscrições no país.
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