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Educação e Tecnologia

Prefeitura põe fim a “remendos” digitais e unifica tecnologias de governança

Decreto publicado padroniza uso das tecnologias, tenta reduzir custos e mira cidade inteligente até 2026

Por Lucas Mamédio | 20/05/2025 09:29
Prefeitura põe fim a “remendos” digitais e unifica tecnologias de governança
Servidor da prefeitura utilizando os sistemas integrados (Foto: Divulgação)

A Prefeitura de Campo Grande deu um passo importante para pôr ordem no uso da tecnologia no serviço público. Publicado no Diário Oficial, o Decreto nº 16.258/2025 institui oficialmente a Governança de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), padronizando sistemas, integrando dados, tudo isso com objetivo de ampliar a eficiência do Poder Executivo. A iniciativa é coordenada pela Agência Municipal de Tecnologia da Informação e Inovação (Agetec).

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A Prefeitura de Campo Grande instituiu, por meio do Decreto nº 16.258/2025, a Governança de Tecnologia da Informação e Comunicação, estabelecendo padrões e integrando sistemas para aumentar a eficiência do serviço público. A iniciativa, coordenada pela Agetec, visa unificar processos e eliminar redundâncias tecnológicas. O projeto inclui a implementação do Sistema Eletrônico de Informações, prontuário eletrônico na saúde e um aplicativo único para serviços municipais. A administração também investe em inteligência artificial, com testes de chatbot via WhatsApp, buscando transformar Campo Grande em referência em inovação tecnológica.

Na prática, o decreto estabelece um conjunto de princípios e regras técnicas que passam a orientar todas as ações ligadas à tecnologia dentro da administração municipal. Entre os pilares estão o alinhamento estratégico, a gestão de riscos, a segurança da informação, a padronização de processos e a transparência.

O texto também define o Plano Diretor de Tecnologia da Informação e Comunicação (PDTIC) como instrumento central da política, responsável por guiar o planejamento, a execução e a atualização das metas tecnológicas de cada secretaria.

Segundo Leandro Basmage, diretor-presidente da Agetec, a situação anterior era desorganizada e ineficiente. “Imagine como tendo uma agência aqui dentro de Campo Grande e várias secretarias. E as diretrizes de informática não fossem normatizadas entre todas elas. Então, cada uma tinha um departamento pequeno de informática, que não saberia qual a linguagem, qual o banco, qual o padrão, qual o layout”, explicou.

O novo modelo define regras técnicas e operacionais que evitam retrabalho e tornam os investimentos mais estratégicos. “Com sistemas padronizados, a prefeitura deixa de gastar com soluções incompatíveis e evita ter que contratar especialistas diferentes para cada projeto. A economia é imediata”, afirmou Basmage.

Prefeitura põe fim a “remendos” digitais e unifica tecnologias de governança
Leandro Basmage, diretor-presidente da Agetec (Foto: Henrique Kawaminami)

A governança determina que todos os projetos de TI sejam alinhados ao Plano Diretor de Tecnologia da Informação e Comunicação (PDTIC), que será revisado anualmente. O plano funciona como um guia, definindo metas e prioridades tecnológicas com base no diagnóstico de cada secretaria.

“Tecnologia não pode ser improvisada. Sem regras, muitos projetos morriam na origem. Agora, trabalhamos com foco, metas claras e acompanhamento constante”, explicou Rodrigo Lauletta, diretor-executivo da Agetec.

Segundo o presidente, a padronização já tem impacto direto na produtividade. Apenas nos quatro primeiros meses deste ano, a Agetec iniciou 16 projetos – mais do que em todo o ano passado. Grupos técnicos foram formados por áreas (educação, saúde, RH, etc.) e os chamados “squads” ajudam a acelerar entregas e reduzir gargalos.

O assessor do Escritório de Projetos, Luis Cezar Ribeiro, destaca a importância do decreto para destravar soluções. “Projetos que poderiam atender várias secretarias não avançavam por falta de alinhamento. Agora, a governança cria uma ponte segura para atravessar as demandas com agilidade e confiança”, disse.

Prefeitura põe fim a “remendos” digitais e unifica tecnologias de governança
Assessor do Escritório de Projetos da Agetec, Luis Cezar Ribeiro (Foto: Henrique Kawaminami)

Digitalização e inclusão - Entre os destaques do processo de transformação digital está o avanço do Sistema Eletrônico de Informações (SEI), que já substitui trâmites em papel em boa parte da prefeitura. “Hoje temos secretarias com até 95% dos processos digitais. É menos burocracia e mais agilidade para o servidor e para o cidadão”, afirmou Basmage.

Na saúde, o município tem buscado ser referência com a implantação do prontuário eletrônico do cidadão em todos os níveis de atendimento. A tecnologia, cedida pelo Ministério da Saúde, permite que médicos de diferentes unidades acessem o histórico completo do paciente, o que evita retrabalho e melhora o atendimento.

Outro projeto em andamento é o aplicativo único do cidadão, que vai reunir, até 2026, serviços de saúde, educação, obras, tributos e outros em uma só plataforma, com login via Gov.br. “Queremos que o campograndense resolva tudo em um só lugar, com integração real entre os sistemas”, adiantou o presidente da Agetec.

Prefeitura põe fim a “remendos” digitais e unifica tecnologias de governança
Rodrigo Lauletta, diretor-executivo da Agetec (Foto: Henrique Kawaminami)

Conectada e inteligente - Com mestrado em Inteligência Artificial, Leandro Basmage também conduz testes com IA generativa e machine learning. Já há sistemas inteligentes em teste, como um chatbot via WhatsApp capaz de responder ao cidadão com base em aprendizado contínuo, inclusive gerando documentos automáticos.

“Não queremos só um robô que responde perguntas. Queremos soluções que aprendem com cada interação e ajudem a tomar decisões mais rápidas e humanas. Esse é o caminho da cidade inteligente que estamos construindo”, afirmou.

A norma também reforça princípios como alinhamento estratégico, gestão de riscos, transparência, segurança da informação e inclusão digital. A Agetec foi designada como coordenadora central da política, com a responsabilidade de orientar os órgãos e formar equipes qualificadas.

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