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Para 51%, é insuficiente viver em Campo Grande com R$ 3,4 mil

Leitores detalharam a matemática apertada de quem tenta equilibrar contas

Por Gabriel Neris | 15/10/2025 07:36
Para 51%, é insuficiente viver em Campo Grande com R$ 3,4 mil
Açougueiro corta peça de carne (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

A maior parte dos campo-grandenses não considera o salário médio de R$ 3.450,86 suficiente para bancar o custo de vida na capital sul-mato-grossense. É o que mostra a enquete do Campo Grande News, segundo a qual 51% dos participantes afirmaram que o valor é insuficiente, enquanto 28% disseram que é possível viver com ressalvas. Apenas 5% consideram o rendimento satisfatório, e 16% acreditam que “depende da área da cidade”.

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Pesquisa revela que 51% dos moradores de Campo Grande consideram insuficiente o salário médio de R$ 3.450,86 para viver na capital de Mato Grosso do Sul. Segundo enquete do Campo Grande News, apenas 5% dos participantes avaliam o rendimento como satisfatório, enquanto 28% afirmam ser possível viver com ressalvas. Moradores relatam dificuldades para equilibrar despesas básicas como aluguel, que ultrapassa R$ 1.500, alimentação e transporte. Apesar de representar o maior rendimento mensal entre os municípios sul-mato-grossenses, segundo o IBGE, a população indica que seriam necessários entre R$ 5 mil e R$ 8 mil mensais para uma vida confortável na cidade.

Os números refletem um sentimento cada vez mais presente entre os moradores: o de que viver em Campo Grande está ficando caro demais. Embora o valor médio de R$ 3,4 mil seja o maior rendimento mensal entre os municípios de Mato Grosso do Sul, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), boa parte da população diz que o montante não cobre as despesas básicas.

Nos comentários, muitos leitores detalharam a matemática apertada de quem tenta equilibrar contas. “Com isso a gente sobrevive, mas viver bem, só ganhando uns sete ou oito mil”, escreveu Caroline Silva, ao listar gastos com moradia, alimentação, transporte e energia. Segundo ela, só o aluguel passa de R$ 1,5 mil, e sobram poucas centenas de reais para emergências.

Outros reforçam o mesmo cálculo. “O aluguel está passando de R$ 1 mil, supermercado vai uns R$ 800, mais luz, água, transporte... sobra uma mixaria. O custo de vida em MS é um absurdo”, comentou Ana Carolina, citando o aumento nos preços básicos.

Mesmo quem tem renda um pouco acima da média avalia que o dinheiro não rende. “Para uma vida digna, uns cinco mil ou mais”, resumiu Edilson Silva, enquanto Carlos Peralta considera que “de três a quatro mil dá para viver razoavelmente bem, mas com muitas limitações”.

Para 51%, é insuficiente viver em Campo Grande com R$ 3,4 mil

Além das contas do mês, há desconfiança sobre os números oficiais. “Como foi feita essa pesquisa? Pegaram salários de políticos e dividiram pelos trabalhadores?”, questionou Eloá Prigol, apontando que boa parte da população recebe apenas um salário mínimo. Outro internauta ironizou: “Essa pesquisa é mais falha que moto dois tempos”.

Apesar das críticas, há quem veja o lado positivo de viver na capital. “Viver aqui em Campo Grande é maravilhoso. Gosto do lugar, não reclamo do que ganho”, escreveu Rozalino Corrêa, lembrando que o custo pode parecer alto, mas ainda é menor do que em muitas outras capitais do país.

No fim das contas, o resultado da enquete mostra um consenso: a renda média até pode ser a maior do Estado, mas está longe de garantir conforto para a maioria dos campo-grandenses. Entre aluguel, alimentação e transporte, sobra pouco espaço no orçamento — e muito para o debate sobre o real custo de vida na capital.