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Esportes

Com atletas ganhando medalhas, Instituto Sangue Bom investe no atletismo

A equipe principal treina seis vezes na semana no Centro Olímpico da Vila Nasser e Parque Ayrton Senna

Por Gabriel de Matos | 25/07/2024 18:28
Professora explicando treinamento para os atletas do Institito (Foto: Osmar Veiga)
Professora explicando treinamento para os atletas do Institito (Foto: Osmar Veiga)

O Instituto Sangue Bom nasceu no leito do hospital no ano de 2015. O professor Carlos Alberto Rezende é o rosto e a história que sintetizam toda a história ao longo dos últimos 10 anos. Agora, seu instituto caminha com jovens promessas e bons resultados para montar um time forte de atletismo em Mato Grosso do Sul.

Quem coordena o time de atletismo são os técnicos e professores de Educação Física, Cleberson Yamada e Renata Miyamoto. Casados, eles vieram juntos para Mato Grosso do Sul e há cerca de um ano trabalham pelo Instituto Sangue Bom.

Atualmente, o time funciona como um projeto social para atender crianças de Campo Grande e do Distrito de Rochedinho das Escolas Municipais Vanderlei Rosa e Barão do Rio Branco. De acordo com os professores, são cerca de 50 pessoas, entre crianças, adolescentes e adultos.

A equipe principal tem cerca de 30 atletas e treina seis vezes na semana nas pistas de atletismo do Centro Olímpico da Vila Nasser e no Parque Ayrton Senna, na região do Aero Rancho.

Professor Cleberson Yamada sentado na arquibancada do Centro Olímpico da Vila Nasser (Foto: Osmar Veiga)
Professor Cleberson Yamada sentado na arquibancada do Centro Olímpico da Vila Nasser (Foto: Osmar Veiga)

O professor Cleberson Yamada explicou que o projeto começou no ano passado. "A equipe começou com poucos atletas. Agora a gente expandiu, temos atletas barreiristas (que saltam barreiras), saltadores. Também iniciamos um projeto para termos uma equipe sub-14 e sub-16".

A professora Renata destacou que a principal dificuldade envolve a logística para que os atletas consigam treinar. "A gente utiliza aqui o Centro da Vila Nasser e também o Parque Ayrton Senna. O principal problema é a distância para eles virem treinar, porque os dois locais propícios são esses. Temos alunos que vem até de Rochedinho".

Ela complementou que dependendo da situação, compensa até colocar os atletas em carros por transporte de aplicativo. "Aqui dentro da cidade, a gente tem desprendido um esforço nosso próprio, porque às vezes pra eles virem de ônibus sai mais caro cada um pagar uma passagem do que a gente coloca eles num aplicativo. Então a gente coloca quatro no aplicativo e traz pra cá. E às vezes a gente tem pais que colocam".

Professora Renata sentada na arquibancada durante entrevista (Foto: Osmar Veiga)
Professora Renata sentada na arquibancada durante entrevista (Foto: Osmar Veiga)

Os dois espaços são cedidos pela Funesp (Fundação Municipal de Esporte) da Prefeitura de Campo Grande. Os treinos acontecem em geral a partir das 15h, quando a temperatura e condição climática estão melhores para os atletas.

Os equipamentos do Instituto Sangue Bom são próprios e eles contam com alguns patrocinadores para ajudar nos custos. Entre eles, estão a Padaria Toscano, Padaria Veneza (ambas de Campo Grande) e o Escritório de Advocacia Sandoval Filho (de São Paulo). Todos estão estampados na camisa de uniforme e ajudaram na compra de itens como tênis, shorts e outros equipamentos.

Atletas saindo do campo e pista de treinamentos para túnel (Foto: Osmar Veiga)
Atletas saindo do campo e pista de treinamentos para túnel (Foto: Osmar Veiga)

Promissores - A atleta Carina Cabral, de 19 anos, começou a praticar atletismo no início de 2022, ainda no 3º ano do Ensino Médio, e anteriormente treinava no clube ADAC. Em outubro do ano passado, entrou em contato com a Renata e começou a treinar no Instituto.

Atualmente, treina de segunda a sábado e mora perto do local de treino. Ela estuda Fisioterapia na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), o que pode fazer com que chegue um pouco atrasada aos treinos. Ela escolheu a fisioterapia devido à influência do avô e sua paixão pela fisioterapia esportiva.

Sobre a escolha do curso, ela destacou que o interesse partiu do avô, que é fisioterapeuta, e por estar no mundo do esporte. "teve parte de influência do meu avô, que ele fica entrenado no tempo, daí eu vi a importância dos fisioterapeutas, mas minha grande paixão é fisioterapia esportiva".

Atleta Carina Cabral, de 19 anos, em entrevista ao lado da pista de atletismo (Foto: Osmar Veiga)
Atleta Carina Cabral, de 19 anos, em entrevista ao lado da pista de atletismo (Foto: Osmar Veiga)

Até agora, conquistou o título de campeã e recordista estadual no 100 metros com barreiras, além de vencer várias provas nos 100 metros e 500 metros. A nível nacional, participou do Brasileiro sub-20 e sub-18, Jogos Escolares e, este ano, fez sua estreia no Troféu Brasil, a maior competição nacional.

Ela se inspira em atletas como a nigeriana Tobi Amusaum, recordista mundial no 100 metros com barreiras, e Mauro Heimann, medalhista olímpica, além de Alisson dos Santos, campeão mundial nos 400 metros com barreiras. Ela sonha em competir nas Olimpíadas em quatro anos.

Isabelly Rodrigues, de 19 anos, também é uma das promessas do atletismo sul-mato-grossense. Ela salta em altura e já tem a melhor marca como 1,75 m.Ela começou a praticar atletismo em 2018 em Corumbá com o professor Martins Soares . Inicialmente competia no salto em altura, depois passou a se dedicar ao salto em distância e corrida de rua.

Isabelly Rodrigues, de 19 anos, dando entrevista ao lado da pista (Foto: Osmar Veiga)
Isabelly Rodrigues, de 19 anos, dando entrevista ao lado da pista (Foto: Osmar Veiga)

"Então, eu vim para cá para estudar, fazer faculdade e tal, seguir a minha vida de atleta. Eu morei o ano com os meus treinadores. E agora eu pretendo morar sozinha", disse Isabelly.

Desde 2019, focou no salto em altura e recentemente também começou a treinar o salto triplo e a corrida com barreiras. Tem se destacado em competições estaduais e nacionais, sendo campeã no salto em altura e em corrida com barreiras. No Brasileiro sub-18 e sub-23, conquistou o 3º lugar, e em dois Troféus Brasil, ficou em 5º lugar, um bom resultado para uma competição de nível adulto.

Atualmente, estuda e treina, morando em Santo Amaro. Treina seis vezes por semana, quatro horas por dia. Está se adaptando à vida de estudante e atleta, e pretende morar sozinha. Sonha em se tornar uma atleta de alto rendimento e alcançar a marca de 1,80 m no salto em altura, com um recorde pessoal atual de 1,68 m.

Outra promessa para o time sub-14 é o arremessador de peso e paratleta Anderson. Ele faz parte da classe T20 (atletas com deficiência intelectual que afeta a performance). "Ele é muito forte. Você ainda vai ouvir o nome dele mais para frente", disse o professor Yamada.

Anderson arremessando peso no Centro Olímpico da Vila Nasser (Foto: Osmar Veiga)
Anderson arremessando peso no Centro Olímpico da Vila Nasser (Foto: Osmar Veiga)

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