"Deus" dos argentinos, Diego Maradona morre aos 60 anos
Ex-jogador teve uma parada cardiorrespiratória em sua residência, na Argentina
O maior jogador da história do futebol argentino, Diego Armando Maradona, morreu aos 60 anos de idade, nesta quarta-feira (25). A informação foi confirmada pelo jornal argentino Clarín.
Maradona sofreu uma parada cardiorrespiratória na sua residência, foi o que informou o jornal argentino. Ele tinha deixado o hospital há duas semanas, depois de ficar internado em função de uma cirurgia no cérebro.
No dia da alta hospitalar, o médico de Maradona, Leopoldo Luque, chegou a dizer que havia “uma equipe muito grande de médicos (cuidando dele)”. Equipe de enfermeiras passou a acompanhar o craque 24 horas do dia em casa.
Diego Maradona completou 60 anos no dia 30 de outubro. Três dias depois foi internado e passou pela cirurgia para drenar a pequena hemorragia no cérebro.
O ex-jogador é considerado um dos maiores jogadores da história do futebol, levando sua seleção para duas finais de Copa do Mundo, sendo campeão em 1986.
Frase comum entre os torcedores, os argentinos costuma comparar Maradona a Deus, "com a diferença que ele trabalhava aos domingos". A expressão surgiu depois do famoso gol do argentino na Copa de 1986, em jogo contra a Inglaterra, quando usou a mão para balançar as redes.
Segundo a Agência Estadão, oúltimo ato de Maradona no futebol foi como técnico do Gimnasia y Esgrima La Plata. Depois de 24 anos, ele voltou a trabalhar em um clube argentino em 2019 e foi uma atração à parte no campeonato nacional. Todos os adversários demonstravam respeito quando iam enfrentá-lo e, por onde o Gimnasia jogava, ele era homenageado, independentemente do placar da partida.
Era comum Maradona receber camisas com seu nome estampado nas costas ou placas de felicitações pelos serviços prestados ao futebol do país. Outra reverência dos torcedores, era a confecção de grandes bandeiras com o seu rosto.
O anúncio da chegada de Maradona ao Gimnasia mexeu com as estruturas do futebol argentino. Em 8 de setembro de 2019, cerca de 30 mil torcedores lotaram o estádio em La Plata para dar as boas-vindas a Maradona. Seu último trabalho em um clube do país havia sido em 1995, após passagens por Deportivo Mandiyú, em 1994, e Racing. Anos depois, de 2008 a 2010, ele dirigiu a seleção argentina. No exterior, ele trabalhou no Al Wasl e no Al Fujairah, dos Emirados Árabes, e no Dourados de Sinaloa, da segunda divisão do México.
Apesar de toda a idolatria, os resultados de Maradona como treinador não foram bons. Tanto é que ele mesmo afirmou que a decisão da Associação de Futebol Argentino (AFA) de encerrar a temporada passada por causa da pandemia do novo coronavírus e cancelar o rebaixamento foi como "nova mão de Deus", pois a sua equipe iria cair de divisão. Vale lembrar que na Copa do Mundo de 1986, Maradona fez um dos gols na vitória da Argentina sobre a Inglaterra (2 a 1), nas quartas de final, com a mão e brincou após o jogo dizendo que havia sido "La mano de Diós".
Polêmicas - Como de costume, Maradona acumulou polêmicas no Gimnasia. Pouco tempo depois de assumir o time, chegou a ser anunciada a sua saída por causa de problemas políticos dentro do clube. Mas esse cenário não se confirmou.
Em junho deste ano, apenas um dia depois de ser revelado por seu empresário Matias Morla um impasse para a renovação de seu contrato, Maradona acertou a sua permanência como técnico do Gimnasia La Plata. O novo vínculo do ex-jogador iria até o final de 2021.