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Esportes

FFMS alega sigilo e mantém silêncio sobre prisão de presidente

Federação de Futebol emitiu nota nesta quinta, dois dias após operação que prendeu Francisco Cesário

Por Jhefferson Gamarra | 23/05/2024 17:23
Integrantes do Gaeco durante operação na Federação de Futebol de MS (Foto: Henrique Kawaminami)
Integrantes do Gaeco durante operação na Federação de Futebol de MS (Foto: Henrique Kawaminami)

A FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) emitiu nota nesta quinta-feira (23) afirmando que não irá se manifestar sobre as investigações em curso que culminaram na prisão de seu presidente, Francisco Cezário de Oliveira, 77 anos, ocorrida na última terça-feira (21). A operação, denominada "Cartão Vermelho" e conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), revelou um suposto esquema de desvio de mais de R$ 6 milhões da entidade.

A FFMS, por meio de uma nota de esclarecimento, informou que todas as denúncias estão sendo apuradas e que as medidas judiciais em favor dos investigados já foram tomadas por seus representantes legais. A Federação reforçou que segue funcionando em expediente reduzido para atender as demandas dos filiados, mantendo as competições em andamento e ajustando o calendário das demais previstas.

A Federação ressaltou ainda que os clubes filiados não respondem solidariamente às demandas judiciais da Federação e que qualquer informação adicional deve ser obtida junto às autoridades competentes, já que os documentos seguem em sigilo. A entidade afirmou que não se manifestará até o completo esclarecimento dos fatos.

Francisco Cezário sendo encaminhado por agentes do Gaeco (Foto: Henrique Kawaminami)
Francisco Cezário sendo encaminhado por agentes do Gaeco (Foto: Henrique Kawaminami)

De acordo com o Gaeco, a investigação que resultou na prisão de Cezário e outras 6 pessoas ligadas a Federação, durou 20 meses e revelou uma organização criminosa envolvida em peculato, estelionato, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e outros delitos.

Segundo o Ministério Público, o grupo desviava dinheiro da FFMS, oriundo de convênios e subvenções do Estado e da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Entre os métodos utilizados, foram identificados frequentes saques em espécie de até R$ 5 mil para evitar alertas dos órgãos de controle, totalizando mais de R$ 3 milhões em 1.200 saques.

Além disso, o esquema incluía desvios de diárias de hotéis pagas pelo Estado em jogos do Campeonato Estadual de Futebol, com devoluções ilícitas de valores, caracterizando um "cashback" criminoso. No total, os desvios somaram mais de R$ 6 milhões entre setembro de 2018 e fevereiro de 2023.

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