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Esportes

Saiba como vai funcionar o sistema de árbitro de vídeo na Copa do Mundo

Será a estreia da tecnologia em uma Copa e servirá de base para a sua aplicação no Brasil e no resto do mundo

Paulo Nonato de Souza | 28/04/2018 14:20
A equipe de árbitros assistentes de vídeo ficará em uma sala de operação localizada no ICB (International Broadcast Centre) em Moscou (Imagem: Site da Fifa)
A equipe de árbitros assistentes de vídeo ficará em uma sala de operação localizada no ICB (International Broadcast Centre) em Moscou (Imagem: Site da Fifa)

A Copa do Mundo de 2018, na Rússia, será a primeira da história da competição da Fifa a adotar o sistema de árbitro de vídeo, o VAR (Vídeo Assistant Referee), na sigla em inglês. A 46 dias para o início do mundial, há muita expectativa sobre como a tecnologia vai funcionar nos seus 64 jogos.

O tema tem sido bastante polêmico, no Brasil inclusive, com prós e contra. Os que são contrários usam como justificativa o alto custo do investimento e os favoráveis apostam na redução da margem de erro da arbitragem. No futebol brasileiro, a tecnologia será colocada em prática a partir das quartas de final da Copa do Brasil, e quanto ao Campeonato Brasileiro os clubes e a CBF não chegaram a um acordo sobre quem paga.

Diante disso, embora a novidade já tenha sido aprovada desde o dia 3 de março deste ano pela International Football Association Board, órgão que regulamenta as regras do futebol, o que se imagina é que o uso do VAR na Copa do Mundo de 2018 vai servir de referência para o mundo do futebol, qualquer que seja o saldo ao final da competição em 15 de julho, se sucesso ou fracasso.

O sistema não eliminará completamente os erros da arbitragem, apenas haverá uma redução. Com base nos testes que começou a realizar a partir de setembro de 2016, incluindo a Copa das Confederações disputada em 2017, a Fifa assegura que sem o VAR um árbitro comete um erro grave a cada três jogos, e com o VAR o erro importante é a cada 19 jogos.

Em seu site oficial a Fifa tem uma página especial (https://bit.ly/2HTxIFo) onde apresenta didaticamente o funcionamento do VAR, inclusive com 5 pontos que considera essenciais sobre o sistema:

1 – Haverá o apoio de uma equipe de árbitros assistentes nas 64 partidas. A equipe será composta de um árbitro de vídeo e três assistentes de vídeo (AVAR1, AVAR2 e AVAR3). Eles terão de imediato imagens selecionadas por quatro operadores de vídeo com os melhores ângulos de câmera, dois deles pré-selecionam os ângulos de câmera mais prováveis, enquanto os outros dois fornecem os ângulos finais escolhidos pelo VAR e o AVAR2 para cada incidente verificado ou revisado.

2 - A equipe de árbitros assistentes de vídeo ficará localizada em uma sala de operação no ICB (International Broadcast Centre) em Moscou. Todos os feeds (atualizações) de câmera relevantes nos 12 estádios chegarão ao VOR (Sala de Operação de Vídeo) por uma rede de fibra ótica. O árbitro no campo em cada estádio conversará com a equipe VAR na sala de operação por meio de um sofisticado sistema de rádio ligado a fibra.

3 - A equipe de árbitros assistentes de vídeo terá acesso a todas as 33 câmeras de transmissão relevantes e duas câmeras exclusivas para lances de impedimento, disponíveis apenas para a equipe de árbitros assistentes de vídeo. Além disso, serão oito câmeras de super slow-motion (câmera lenta) e seis de ultra-slow-motion.

4 - O assistente de vídeo não tomará nenhuma decisão. Seu papel será dar apoio ao árbitro no processo de tomada de decisão e a decisão final só pode ser do árbitro central em apenas quatro situações que podem mudar o jogo:

– Situações de gol
– Marcação de penalidade máxima
– Lance de cartão vermelho
– Identificação de jogadores em campo

5 - Os torcedores no estádio e os que estejam acompanhando a partida pela televisão serão informados sobre o processo de revisão por emissoras de TV, comentaristas e infotenimento, um neologismo da soma das palavras informação e entretenimento.

Nos estádios serão 33 câmeras, duas exclusivas para lances de impedimento, oito de super slow-motion (câmera lenta) e seis de ultra-slow-motion (Imagem: Site da Fifa)
Nos estádios serão 33 câmeras, duas exclusivas para lances de impedimento, oito de super slow-motion (câmera lenta) e seis de ultra-slow-motion (Imagem: Site da Fifa)

De acordo com o sistema de informações adotado pela Fifa, para cada partida um membro da equipe da entidade informará as emissoras, comentaristas e infotenimento sobre as diferentes etapas do processo de análise, incluindo informações do motivo da revisão e o resultado da revisão, por meio de uma rede comanda via tablet (computador portátil).

O membro da Fifa que vai operar o tablet estará localizada na sala de operação de vídeo com acesso ao áudio do sistema de comunicação do árbitro, bem como aos ângulos de câmera que o VAR estará analisando. O sistema de informações do VAR também será usado para criar automaticamente modelos gráficos específicos para a TV e para o telão do estádio.

(Matéria de conteúdo produzido pela Fifa com tradução do inglês para o português por Paulo Nonato de Souza)

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