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Em postos de saúde, ética médica tem hora para acabar

Waldemar Gonçalves | 24/04/2017 06:00

Jogando duro – O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), tem jogado duro com os médicos, já que se tornou comum profissionais faltarem a plantões em postos de saúde, afetando ainda mais um setor já cheio de problemas. Caso ocorrido há alguns dias resume bem a relação entre a classe médica e a atual gestão municipal.

Fim do expediente – Marquinhos, que monitora o movimento das UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) via monitores instalados em seu gabinete, telefonou dia desses para uma das unidades cobrando atendimento a um paciente, que aguardava há muito tempo. O médico, então, disse ao prefeito que não poderia fazer a consulta, pois estava no fim do expediente.

Ética médica acabou às 19h – O chefe do Executivo municipal ainda insistiu, lembrando dos preceitos da ética médica, contrários a negar atendimento a quem precisa. O profissional, do outro lado da linha, não se fez de rogado: “minha ética médica terminou às 19h”, desligou o telefone e foi embora. O caso rendeu um processo administrativo contra o médico.

Vistorias – Marquinhos passou o fim de semana vistoriando obras de recuperação de ruas e avenidas. Na sexta-feira e sábado, esteve nas Moreninhas para acompanhar reparos nos estragos causados pelas fortes chuvas e, ontem, verificou serviços de tapa-buraco.

Reclamações – Esse tipo de ação já é marca da gestão de Marquinhos, que nas ruas fica exposto a elogios e reclamações da população. No domingo, por exemplo, um engenheiro eletricista ficou vários minutos apresentando queixas a respeito do asfalto e, depois, o prefeito teve que ouvir de outro cidadão pedido para mudança em linhas de ônibus.

Recapeamento – Assim como as vistorias, as desculpas também se repetem. O chefe do Executivo voltou a dizer que a solução definitiva para a pavimentação “sofrível” da Capital só deve acontecer através de recapeamento, mas não há dinheiro para isso.

Greve – Na próxima sexta-feira (28), a expectativa é de que diversos serviços sejam paralisados devido à greve geral convocada por diversos sindicatos. Escolas, particulares e públicas; bancários e trabalhadores do transporte coletivo devem cruzar os braços. Sem ter o que fazer, o prefeito apenas lamenta a situação.

Alternativa – “Essa greve é ruim para a cidade”, se queixou Marquinhos. “Todos os que são afetados pelas reformas aprovam a manifestação. Mas não seria mais efetivo falar e cobrar daqueles que votam as propostas?”, questionou, ao apontar que as mobilizações devem se dirigir apenas a deputados federais e senadores.

Sem força – Já o presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência, deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS), diz acreditar que a paralisação nacional não terá grande adesão. “Entendo que a greve não vá ser forte”, afirmou em entrevista ao Campo Grande News, ontem.

Mudança – O deputado sul-mato-grossense diz que tem percebido alteração no pensamento das pessoas em relação às mudanças propostas no Congresso. “Estou muito animado com o trabalho que fizemos. Já sinto mudança nas pessoas em relação à reforma. A greve é um direito, mas todos sabem da necessidade de modernizarmos a previdência”, defende.

(com Richelieu de Carlo e Willian Leite)

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