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"Ministra da goiabeira" diz nem ligar para piadas com seu nome

Jhefferson Gamarra e Caroline Maldonado | 25/11/2021 06:00
Evento com ministra na Comunidade Aliançados foi acompanhado por plateia lotada. (Foto: Paulo Francis)
Evento com ministra na Comunidade Aliançados foi acompanhado por plateia lotada. (Foto: Paulo Francis)

Deixa falar - Em passagem pela Capital na manhã desta quarta-feira (24), a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou não ligar para as chacotas relacionando seu nome como a “ministra do azul e rosa” ou “ministra da goiabeira”. “Nosso ministério está mostrando através de recursos, programas e projetos, que veio para mudar as políticas públicas no Brasil e fortalecer a família”, ressaltou Damares ao rebater os apelidos que ganhou no comando da pasta.

Fé não se discute - Como faz na maioria de seus discursos pelo Brasil, Damares fez questão de contar novamente a história do dia em que se encontrou com Jesus debaixo de uma árvore. “Não tenho vergonha de falar da minha fé. Um dos meus trabalhos como ministra é garantir o direito à liberdade de expressar a fé no Brasil. Tenho garantido na Constituição o direito de expressar a minha fé, por isso, eu digo que tenho certeza que vi Jesus no pé de goiaba”, reafirmou a ministra.

Suicídios – Ao comentar sobre o caso de depressão e suicídio entre crianças e adolescentes no Brasil, a ministra citou um shopping em Brasília que precisou passar por mudanças devido ao alto índice de suicídio. “Temos um shopping em Brasília onde tivemos que fechar a praça de alimentação com vidro, porque 38 adolescentes e jovens cometeram suicídios”, relatou a ministra.

Dá um google - Acontece que, em uma breve pesquisa na internet, o shopping localizado na Asa Sul da Capital brasileira em que a ministra se refere, de fato era usado para cometer suicídios na área externa durante as obras. Mas ao contrário do que Damares relatou, foram 13 suicídios ao todo. E a obra de fechamento do vão central com parapeito de acrílico e o isolamento da área externa do último piso para evitar novos casos foi autorizada pela Justiça em 2010, bem antes de Damares assumir o ministério.

Proteção - Agentes da Polícia Federal e do Batalhão de Choque da Polícia Militar acompanharam a visita da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, à Capital, ontem (24). No dia anterior a primeira agenda de Damares, os federais fizeram uma análise para atestar que o espaço da Comunidade Cristã Aliançados (antigo Diamond Hall) na Avenida Mato Grosso, não oferecia riscos à segurança da ministra.

Escolta – Assessores disseram que os policiais acabaram reorganizando tudo o que vinha sendo planejado para a visita, feita para explanação de políticas e projetos desenvolvidos pelo ministério. Os PFs ficaram à paisana no local, enquanto os militares faziam guarda uniformizados.

Comunidade – Nas portas, quem oferecia álcool e media a temperatura dos convidados eram os “ministros do evangelho”, conforme se auto intitulavam para quem puxava assunto. Os fiéis da igreja costumam acompanhar os eventos para os quais o espaço é locado.

Aleluia – Pelo visto, além dos “ministros” na porta, mais gente da igreja acompanhava a apresentação da comitiva ministerial, pois em alguns momentos do discurso de Damares, além de aplausos se ouviam “aleluias”, como de costume nos cultos religiosos.

Polêmica - A Comunidade Cristã Aliançados é “famosa” por promover cultos com o parcelamento das ofertas dos fieis em até dez vezes no cartão de crédito e promover curso de “cura gay”. Além disso, já foi à Justiça contra um contador suspeito de “embolsar” dinheiro dos fiéis.

Rica - A igreja, que chega a arrecadar mais de R$ 10 mil em um único dia de cultos, segue prosperando. Os “ministros” têm orgulho de dizer que já são mais de 20 unidades em Mato Grosso do Sul. Os meios de arrecadação são diversos, uma vez que o espaço da matriz na Capital, já foi salão de festas e ainda locado para eventos, desde que “não firam os princípios religiosos”.

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