Casa com piscina que imita praia foi planejada para viagens com crianças
Mãe, exausta de perrengues em hotéis sem acessibilidade, decide construir casa adaptada
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Em Bonito, a família de Márcia Naomi agora tem a Amarelo Casa para viver bons momentos. É uma residência que vai além do charme da decoração e da arquitetura bem planejada. O espaço foi projetado para ser um refúgio para famílias que enfrentam desafios ao encontrar acomodações verdadeiramente acessíveis, especialmente para crianças pequenas e pessoas com deficiência.
A inspiração para a construção surgiu da experiência pessoal de Márcia e do marido Jader, que, após muitas viagens e perrengues em busca de hospedagens adequadas com o filho pequeno. "Sempre que procurava hospedagem, me deparava com lugares que não eram seguros para crianças ou não estavam preparados para receber pessoas com mobilidade reduzida", conta.
A ideia nasceu de um episódio marcante: em 2023, durante o Festival de Inverno de Bonito, ela decidiu de última hora assistir a um show e enfrentou uma verdadeira saga para encontrar um lugar adequado para se hospedar. "Os preços estavam absurdos e, mesmo pagando caro, os lugares oferecidos não tinham condições de receber bem as pessoas", lembra.
Essa experiência despertou o desejo de criar um espaço que fosse mais do que uma casa de temporada: um ambiente pensado para acolher. "Eu queria um lugar onde as famílias pudessem ir e sentir que não precisavam de mais nada. Que pudessem construir memórias, ouvir os passarinhos, sentir a paz do lugar".
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A casa foi planejada desde o início para ser acessível. "A casa inteira não tem degraus. Os vãos das portas são largos e tudo foi projetado para garantir mobilidade, seja para crianças pequenas, carrinhos de bebê ou pessoas com dificuldades de locomoção", explica.
A piscina, um dos grandes destaques, imita uma praia, proporcionando um ambiente seguro e relaxante. "Eu queria que qualquer pessoa, independente da idade ou da mobilidade, pudesse colocar o pé na água com tranquilidade", afirma.
Outro aspecto essencial foi o cuidado com a alimentação. "Meu filho tem alergia alimentar e sempre sofremos em viagens por falta de compreensão sobre isso. Nos hotéis, é difícil encontrar opções seguras", conta. Por isso, a cozinha da casa é completamente equipada, permitindo que os hóspedes possam preparar suas próprias refeições com segurança.
A arquitetura também não foi deixada de lado. Inspirada em espaços praianos e acolhedores, a casa tem um design fluido, sem quinas duras, com muita madeira e tons claros, além de uma decoração que veio do Nordeste, de uma cooperativa de mulheres de um distrito do Ceará, que é encabeçada pela Natália, uma mulher com deficiência. " Eu queria dar essa essa visibilidade e também que a arquitetura transmitisse suavidade e paz. Que fosse um lugar onde as pessoas entrassem e sentissem: 'Era disso que eu precisava'".
Mais do que uma simples casa de temporada, o lar traduz um conceito de hospitalidade que muitas vezes é negligenciado. "Não queria apenas adaptar um cômodo para pessoas com deficiência. Queria que toda a casa fosse inclusiva, que qualquer pessoa pudesse se sentir bem-vinda em qualquer canto dela", enfatiza.
Atualmente, a residência está disponível para aluguel. "Aqui, a gente não quer só oferecer um espaço, mas sim a possibilidade de viver dias inesquecíveis". O contato pelo Instagram @amar.elo.casa
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