Casa portuguesa de 75 anos preserva memórias de cinco gerações
Apesar dos sinais do tempo, proprietário já recusou ofertas de muitos compradores
Na Vila Planalto, uma casa construída em 1950 chama atenção apesar dos desgastes na pintura e aparentes sinais do tempo. No alto, azulejos portugueses entregam a nacionalidade dos engenheiros que a ergueram na Capital. Por dentro, cada canto guarda uma história.
"A casa foi comprada pelos meus avós e quem ergueu foram uns portugueses, isso há mais de 70 anos", diz o morador Roberto Bueno, de 73 anos, que herdou o imóvel e nunca pensou em vendê-lo. “Já tentaram comprar, mas não. Aqui vai ficar para os herdeiros”, relata.
Além dos azulejos portugueses na entrada, a residência tem outros traços da arquitetura da década de 50, como as portas e janelas no estilo clássico, pisos e azulejos originais e os arcos na entrada e nos muros. Algumas partes foram modificadas com o passar dos anos, mas muita coisa permanece como era.
"Os arcos estão originais, o piso da sala, azulejos e o tanque também", aponta Roberto, durante uma caminhada pelo interior da casa de três quartos distribuídos em um corredor, sala e uma cozinha ampliada por ele.
Embora o tempo tenha deixado suas marcas, Roberto tem o sonho de restaurar o imóvel e trazer de volta o charme original.
“Quero pintar, restaurar as janelas como eram, comprar aquele modelo antigo de madeira. Aqui tinha uns lampiões, uma campainha antiga na parede. Quero ver se coloco de novo", revela.
A casa de 75 anos foi comprada pelos avós gaúchos de Roberto em 1964, quando a família se mudou de Alto Taquari, no Mato Grosso, para Campo Grande. “Meus avós vieram do Rio Grande do Sul, foram para o Paraguai, depois vieram para cá. Meu avô, Coronel Macário Subtil, fundou Alto Taquari. Tem até avenida com o nome dele lá”, conta.
Roberto chegou à casa ainda menino, aos 12 anos. Cresceu ali, dividindo o espaço com os avós e a mãe. Com o tempo, o local foi esvaziando. Hoje, ele mora com o filho. “Meu filho mora aqui comigo e já uma filha também. A casa está entrando na quinta geração”, pontua.
No quintal, Roberto cultiva pés de manga, pitaia, laranja e uma goiabeira chilena, árvores que garantem sombra e frutas.
Para ele, manter a casa em pé, na medida do possível, é um gesto de apego e compromisso com a memória da família. “A gente vai embora e a casa vai ficando pra sempre", finaliza.
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