Morada dos Baís reabre com memória de Lídia e itens de Delinha
Espaço restaurado reúne obras de Lídia Baís, mostra sobre Delinha e programação artística
A reabertura da Morada dos Baís após 4 anos fechada trouxe memórias, afetos e a lembrança do espírito independente de Lídia Baís, artista que, ainda na primeira metade do século XX, ousou dizer “não” às expectativas sociais para seguir o chamado da arte.
RESUMO
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Após quatro anos fechada, a Morada dos Baís, primeiro sobrado de alvenaria de Campo Grande, reabre suas portas. O casarão revitalizado preserva a arquitetura original e abriga exposições que celebram a memória de Lídia Baís, artista pioneira das artes visuais no Mato Grosso do Sul, contemporânea de Tarsila do Amaral. O espaço conta com acervo permanente de obras e objetos da artista, incluindo fotos, móveis e a cama onde dormia. A exposição temporária de estreia é dedicada à cantora Delinha, a Dama do Rasqueado. Além das exposições, a Morada dos Baís terá uma programação cultural dinâmica, com espaço para artesanato e apresentações musicais. A reabertura representa o resgate da história cultural da cidade, proporcionando às novas gerações a oportunidade de vivenciar e aprender sobre a arte sul-mato-grossense.
Ela anulou o casamento poucos dias após a união, e por escolha viveu 85 anos sem filhos e sem marido, mas cercada por cores, pincéis e reflexões profundas sobre a vida, espiritualidade e a existência.
Com reforma concluída, a Morada dos Baís volta a receber visitantes e promover uma conversa direta entre passado e presente. O casarão revitalizado preserva a arquitetura original e abre espaço para novas experiências, com exposições temporárias, acervo permanente de obras e objetos da artista, além de uma área externa destinada a apresentações culturais e artesanato.
Para Evelyn Lechuga, servidora do setor de Arte e Patrimônio de Campo Grande, a reabertura significa devolver à cidade um pedaço vivo de sua história.
“A Morada dos Baís é rica em memória. Lídia foi pioneira das artes visuais, além de ser musicista, e uma artista de grande importância dentro da época da Semana de Arte Moderna. Ela foi contemporânea da Tarsila do Amaral e, para uma mulher daquele tempo, viajar, estudar fora e viver de arte era muito difícil”, destacou.
Evelyn lembra que a própria arquitetura do prédio da Morada dos Baís já é um patrimônio. “É o primeiro sobrado de alvenaria da cidade. Bernardo Baís, o patriarca, era visionário, chegou a pedir para a ferrovia passar na frente do casarão. Essa família sempre esteve à frente de seu tempo” avalia.
A prefeita Adriane Lopes também compartilhou a sensação de reviver um espaço que fez parte da sua infância. “Pra mim é uma emoção porque tive a oportunidade de conhecer a Morada ainda criança. Entregar novamente para a cidade é um resgate cultural da nossa história e um presente para as próximas gerações, que poderão vivenciar experiências aqui, não apenas ouvir falar”, comentou.
Nesta nova fase, a Morada dos Baís abre suas salas para a obra de Lídia e para outros ícones da cultura sul-mato-grossense. A primeira exposição temporária é dedicada à cantora Delinha, a Dama do Rasqueado, com roupas, imagens e objetos pessoais.
O secretário municipal de Cultura, Valdir Gomes, destacou o caráter dinâmico da programação. “Teremos a sala ‘Lídia Convida’, que será renovada mês a mês com exposições diferentes. Também abrimos espaço para artesanato e para apresentações musicais de Campo Grande. A ideia é que a Morada volte a pulsar cultura”, disse.
A ideia é de que a Morada dos Baís renasça como um ponto de encontro entre história e criação contemporânea. A visita guiada permitirá ao público compreender a obra de Lídia Baís, artista que questionava até o que acontecia “depois da morte”, como lembra Evelyn. Ao mesmo tempo, celebrar Delinha e outros talentos do Estado.
“É um espaço para fomentar a arte e ensinar às crianças, que hoje vivem no celular, a importância de conhecer nossa história”, completa Evelyn.
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