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Artes

Em 3º dia de protestos, artistas ocupam a Câmara cobrando explicações da Fundac

Kleber Clajus e Paula Maciulevicius | 05/03/2015 10:16
Grupo retornou após proposta de pagamento de débitos ser rejeitada em prestação de contas (Foto: Alcides Neto / Arquivo)
Grupo retornou após proposta de pagamento de débitos ser rejeitada em prestação de contas (Foto: Alcides Neto / Arquivo)

O Movimento S.O.S Cultura voltou à Câmara Municipal, nesta quinta-feira (5), em Campo Grande. É o terceiro dia de protestos por liberação de recursos para o setor. Cerca de 50 pessoas pressionam os vereadores por intervenção, inclusive, junto ao MPE (Ministério Público Estadual), ante atraso de pagamentos pela Fundac (Fundação Municipal de Cultura).

Conforme o músico Jerry Espíndola, o grupo pretende solicitar abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) por não ver evidências de investimento de 1% da receita líquida do município em cultura, como prevê lei aprovada em 2013. “Queremos saber onde foram aplicados os R$ 40 milhões em cultura. Os prefeitos anteriores não investiam tanto, mas respeitavam a classe. O problema é vontade política”, reclama.

Nesta quarta-feira, os vereadores apresentaram uma proposta da Prefeitura, aos artistas. Em nenhum momento houve diálogo direto. No documento, eles se comprometiam a acertar os pagamentos atrasados nos últimos dois anos, que somam R$ 4 milhões em débitos, repassando imediatamente R$ 200 mil e outros R$ 500 mil restantes em três parcelas mensais. A proposta foi avaliada com “indecente”, por representar apenas 1/6 do total devido. Por isso, foi rejeitada pela classe, que ainda criticou a ausência de representantes da prefeitura na prestação de contas da fundação.

Para o líder do Executivo na Câmara, vereador Edil Albuquerque (PMDB), a opção a ser adotada hoje será abrir espaço para o segmento apresentar mais uma vez suas demandas, já que ontem apenas 5 vereadores compareceram à audiência pública. O peemedebista ainda justificou que o prefeito Gilmar Olarte (PP) estava ontem em Brasília e ele em reunião com a Anhanguera/Uniderp, por isso a ausência.

Na oposição, Luiza Ribeiro (PPS) articula pela Comissão Permanente de Cultura a convocação, no dia 11 de março às 17h, dos secretários de Governo e Relações Institucionais, Rodrigo Pimentel, de Planejamento, Finanças e Controle, André Scaff e da diretora-presidente da Fundac, JulianaZorzo. O objetivo é encontrar soluções concretas para dar fim a crise no setor de cultura da Capital.

Ontem, a prefeitura divulgou nota garantindo que investiu mais de 1% em Cultura no ano passado, mas os artistas asseguram não saber o destino de tais recursos, que, segundo eles, foi aplicado, inclusive, em ações de assistência social.

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