Por 6 anos, argentino aprendeu a dançar com a alma do Pantanal
Augustin fala de sua trajetória na dança em Corumbá

Por seis anos, o argentino Agustín Salcedo viveu em Corumbá um mergulho profundo na arte. Entre ensaios, viagens, palcos e encontros, ele fez da Cia de Dança do Pantanal um lar. Agora, o bailarino se prepara para novos voos, levando na bagagem tudo o que aprendeu no Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, espaço que, segundo ele, transformou não só sua trajetória artística, mas sua vida.
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“O Moinho Cultural representa transformação. Cresci e evoluí muito ali, tanto artisticamente quanto pessoalmente. Foram seis anos cheios de amor e suor, de festivais, aulas, viagens e apresentações. Cada sorriso, cada ensaio, foi uma troca de vida”, relembra.
Natural da Argentina, Agustín chegou a Corumbá em 2019 para integrar a companhia, um projeto que nasceu dentro do Moinho Cultural com o objetivo de profissionalizar jovens bailarinos do Pantanal e da fronteira, dando visibilidade à dança contemporânea e às histórias da região.
“Lembro de entrar na instituição, um prédio enorme, cheio de vida e de cores. A sala de ensaio era linda. Minhas primeiras lembranças são dos preparativos para o festival de dança em Portugal. Foi ali que conheci a madrinha do Moinho Cultural, Beatriz de Almeida, e o coreógrafo Chico Neller, dois artistas que marcaram meu início”, conta.
Durante os seis anos que viveu no Pantanal, Agustín participou de tudo: dos ensaios puxados ao brilho dos palcos, das festas à emoção do Moinho in Concert, espetáculo que se tornou marca da companhia. Entre as viagens que fizeram o grupo ultrapassar fronteiras, o bailarino viu o Pantanal ser aplaudido em Portugal, França, Itália, Espanha, Coreia do Sul e Canadá.
“A Cia leva o Pantanal para o mundo, e isso tem uma importância enorme. É conhecer, aprender e preservar um bioma tão essencial”, destaca.
Para Agustín, a dança foi a ponte que o conectou a novas culturas e modos de ver o mundo.
“O Moinho Cultural, e a Márcia, sempre incentivaram o intercâmbio cultural e o diálogo com outras realidades, criando pontes e permitindo trocas que ampliam nossa visão como artistas e como pessoas.”
Entre as lembranças que guarda, estão a primeira viagem a Portugal e o momento em que foi escolhido para interpretar Fernão Capelo Gaivota, personagem que se tornou símbolo de sua trajetória. “Também guardo com carinho minha primeira viagem ao Rio, junto da Márcia e de dois colegas, e a viagem a Paris, em 2022, que foi inesquecível, especialmente por estar junto dos meus amigos Wellington Júlio e Núbia Santos. Todos os espetáculos da companhia foram marcantes pra mim”, diz.
Hoje, o bailarino segue dançando e criando, mas com o mesmo brilho que o acompanhou desde os dias em Corumbá.
“Quero continuar me desafiando, criando novas obras e colaborando com outros artistas. Também tenho vontade de fortalecer projetos que unam arte, educação e impacto social, inspirando novas gerações assim como um dia fui inspirado no Moinho Cultural.”
Mesmo longe, ele garante que o vínculo com o instituto continua vivo. “O vínculo com o Moinho é permanente. Tenho um carinho enorme pela Cia e pela instituição. Carrego comigo a essência do que vivi ali e quero voltar um dia para compartilhar tudo o que aprendi.”
Em dezembro, Agustín retorna a Corumbá para se apresentar novamente no palco do Moinho in Concert, espetáculo que celebra o encerramento de mais um ano da companhia.
“Vejo o Moinho Cultural como uma porta aberta para o futuro. Ele forma artistas e cidadãos. O impacto vai além da dança, da música ou da literatura, é sobre amor, cuidado, garra e esperança. É uma constante transformação.”
Aos jovens que sonham em trilhar o mesmo caminho, Agustín deixa um conselho; “Acreditem no processo. Nem sempre o caminho será fácil, mas cada passo tem valor. A dança e a música são mais do que técnica, são entrega, verdade e amor. Persistam, estudem, se escutem e deixem que a arte transforme vocês assim como transformou a mim. Sonhem grande, com humildade e carinho.”
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