Ana é a professora ‘linha dura’ que há 30 anos ensina natação com amor
Por trás da fama de “linha dura” está uma profissional apaixonada pelo esporte e preocupada com cada aluno
Se tem uma coisa que os alunos da Ana Higa aprendem na piscina, além de nadar, é a ter disciplina. Professora de natação há 30 anos, ela não esconde o método exigente, mas garante que tudo vem acompanhado de muito carinho. “Eu sou do tradicional, né? Chamo a atenção duas vezes, na terceira já falo mais alto”, diz rindo.
No entanto, quem convive com Ana sabe que por trás da fama de “linha dura” está uma profissional dedicada, apaixonada pelo esporte e que se preocupa com cada aluno dentro e fora da água. E os resultados não mentem: atletas formados por ela já brilharam em competições nacionais, com destaque Brasil afora.
Nascida em Campo Grande, Ana entrou para o mundo da natação ainda criança e se tornou atleta. O amor pelo esporte cresceu, e logo veio a faculdade de Educação Física. O primeiro emprego foi como professora da modalidade, e nunca mais ela parou.
“Foram muitas crianças e muitos atletas. Eu sempre tive essa missão de formar não só nadadores, mas cidadãos de bem”, afirma. O caminho dos alunos começa na escolinha, passa por uma pré-equipe e, para os mais talentosos e dedicados, chega até o time de competição.
O que mantém Ana tão firme na beira da piscina depois de tanto tempo? O orgulho de ver seus alunos crescendo e conquistando seus espaços. “É muito gratificante ver essa moçada indo pelo caminho do bem. Muitos atletas hoje estão bem de vida, concursados, com filhos... e a gente sabe que o esporte teve um papel nisso”, detalha.
Exemplo dentro e fora da piscina- Neste Dia da Mulher, Ana é um daqueles exemplos inspiradores de força e dedicação. Como mãe de duas filhas, de 21 e 32 anos, que também passaram pelo mundo esportivo, ela vê o esporte como uma ferramenta essencial para o desenvolvimento dos jovens.
“A natação ensina ética, disciplina, dedicação. Você aprende que tem que treinar mesmo quando está com preguiça. Tem que tirar nota boa, tem que saber administrar tudo”, diz Ana, que não deixa passar um boletim ruim entre seus atletas. “Quem não tem nota boa, não viaja para as competições”, avisa.
Mateus Shibuya, de 16 anos, capitão da equipe liderada por Ana, confirma o método. “Ela é brava quando tem que ser, mas estuda muito, faz cursos, busca conhecimento. Se a gente erra, tem que repetir. Mas isso nos faz crescer”, afirma o jovem nadador.
O futuro dentro d’água Com três décadas de experiência, Ana não pensa em parar, embora admita que, com o tempo, talvez reduza um pouco o ritmo. Mas a paixão pelo que faz continua intacta.
“Eu gosto do rendimento, gosto de ver os atletas crescendo, se superando. A gente se empolga, estuda, busca sempre melhorar. Nossa equipe tem atletas no Brasileiro, no Centro-Oeste, e isso é resultado de um trabalho sério”, diz.
Se depender dela, a beira da piscina continuará sendo seu lugar favorito por muitos anos. E para seus alunos, Ana seguirá sendo a professora exigente, mas que ensina com o coração – e faz toda a diferença dentro e fora da água.
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