Depois de esperar por 15 anos, Gisele vendeu moto para ver Graça nascer
Pastora conta que após investir em consultas, exames e medicamentos, encontrou a fertilização in vitro
Foram 15 anos de espera, desgaste emocional e muito investimento em diagnósticos, exames, medicamentos e procedimentos até Gisele Vilava, de 39 anos, conseguir realizar o sonho de ser mãe. Depois de vender até uma moto, a pastora encontrou a fertilização in vitro e gerou Graça, que nasceu com 49 cm em meio à muita emoção.
Pastora, Gisele conta que os últimos meses têm sido só de alegria depois de tanto esforço e preocupação. Em 2021, ela estava se preparando para fazer a fertilização e, após o procedimento, no dia 19 de junho, veio a confirmação de que estava grávida.
“No dia 17, foi meu aniversário de 15 anos de casada, já no dia 18, eu tive um sangramento e soube que estava grávida, porque após a fecundação há essa reação. Já no dia 19, eu fiz o teste de gravidez que só confirmou”, explica.
Graça, que teve o nome escolhido há 6 anos durante uma pregação de seu pai, Eduardo Marçal, nasceu na última quinta-feira (17). “Quando a gente fez o teste de gravidez, foi emocionante, começamos a ligar, mandar mensagem para todo mundo. Na sala de parto também foi, porque antes, contei a história para a equipe médica e todo mundo acabou chorando”, detalha.
Investimento alto
Longe de ter sido uma jornada fácil ou barata até o dia do nascimento, a mãe relembra que precisou passar por diversas etapas até chegar ao ano passado, quando escolheu fazer a fertilização. Ela narra que foram R$ 27 mil investidos desde a investigação para descobrir o motivo de não conseguir engravidar até o procedimento final, que foi através de um projeto para reduzir custos.
Em resposta a enquete do Campo Grande News, 53% dos leitores apontaram que caso tivessem problemas com fertilidade, não investiriam seu orçamento para engravidar por inseminação artificial. Entre as justificativas, a principal é a falta de renda.
Também sem condições de manter os processos seguindo em frente, Gisele destaca que a saída foi ter encontrado a opção para reduzir os custos.
“Através do projeto, a fertilização foi totalmente gratuita, mas antes, eu e meu marido fizemos muitos exames, passamos por vários médicos e só depois de tudo pronto é que me encaminharam para um especialista”, conta. Para conseguir se manter na busca da maternidade, os gastos foram custeados com a ajuda de familiares, amigos e fiéis da igreja.
Gisele conta que a maior parte das pessoas ajudou com valores, sendo que alguns familiares cederam uma moto para que o casal vendesse e usasse o dinheiro no processo. Por fim, quando descobriu com o médico especialista que havia a opção da fertilização in vitro, também veio o susto por precisar de ainda mais dinheiro.
Ao encontrar o projeto da clínica Fertiliv, “Gerando Sonhos”, ela não precisou pagar a fertilização em si, apenas a primeira consulta e exames de suas amigas, que doaram os óvulos. O projeto é destinado para casais que não têm condições de custear o tratamento.
Os casais que não conseguem pagar fornecem doações de óvulos para outros que não conseguem fazer a fertilização com os próprios óvulos e com o valor pago por estes casais, o procedimento passa a custar mais barato. No caso de Gisele, suas amigas se tornaram doadoras para custear o procedimento.
Agora, com Graça nos braços, a pastora conta que a esperança aumentou ainda mais e os planos são para que daqui um ano e meio, um novo bebê seja gerado. Durante o processo, as doações das amigas conseguiram custear três embriões, sendo que dois já foram implantados em Gisele.
Por isso, ainda há mais uma oportunidade para engravidar novamente. “Tenho mais um embrião congelado e temos vontade de um novo bebê. Daqui um ano e meio, vamos tentar mais uma vez.”
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