Guarda-vidas de Pantanal escolheu carreira após experiência com morte
Otávio Luiz de Oliveira Neto trabalhou durante três meses nas gravações
Desde os 13 anos, Otávio Luiz de Oliveira, hoje com 63, já sabia que queria trabalhar salvando vidas na água. O que ele nunca havia imaginado é que um dia seria contratado para espantar jacarés enquanto atores gravavam uma novela, principalmente uma no Pantanal.
Durante três meses, o guarda-vidas, que há anos mora em Campo Grande, trabalhou ao lado da produção e dos atores que compõem a novela Pantanal. Revisitando as memórias da experiência, Otávio conta que a aventura continua fazendo com que seus olhos fiquem “cheios de água”.
Quando morava em Maceió, em Alagoas, o guarda-vidas foi marcado por uma morte e, uma década depois, atingiu um nível que nunca havia considerado. Atuando especificamente como guarda-vidas há cerca de dez anos, ele conta que foi contratado para fazer parte da equipe técnica da produção após ser indicado por um colega de profissão.
“Um amigo que já havia sido contratado, se chama Natan, me indicou. Depois entraram em contato comigo, passei por todos os processos e recebi um e-mail dizendo que tinha dado certo. O problema é que ninguém me ligou”, diz.
Em dúvida sobre ser chamado, ele decidiu entrar em contato com a empresa que estava realizando a contratação e chegou a questionar se havia algum problema com sua idade. O profissional conta que tinha certeza sobre dar conta do recado, mas quis destacar isso para os responsáveis.
Eles falaram que não era isso e depois, finalizamos a contratação. Fiz todos os exames médicos e fui para Aquidauana, de lá, a gente era levado para as fazendas em que a gravação era realizada", detalha.
Mesmo tendo trabalhado por anos no ramo, Otávio explica que a experiência com a novela foi completamente diferente de tudo o que já havia feito. Responsável pela segurança na água, sua função era mapear os rios quando os atores entravam em cena.
O profissional relata que entrava na água e, dividindo o espaço com jacarés, precisava garantir que a área estava segura para a atuação. “Eu ficava ali olhando os jacarés e passava os pés na areia para tirar as arraias escondidas. Elas precisavam sair, porque o machucado causado pelo ferrão é bem dolorido. Também ficava cuidando com ariranhas e cobras”.
Das praias aos rios
Otávio narra que quando tinha 13 anos, morando em Maceió, estava em uma das praias, quando viu um turista se afogando. Algumas pessoas retiraram o homem do mar e deixaram o então adolescente sob responsabilidade de aguardar o socorro.
“Dali em diante, eu jurei que ia trabalhar com isso, tentando salvar vidas. Entrei no Exército, depois fui para a Marinha e comecei a fazer cursos de bombeiro civil, socorrista e acabei chegando na função de guarda-vidas”, explica. Já em Mato Grosso do Sul, ele passou a trabalhar em clubes e, por fim, foi convidado para exercer o serviço nos rios do Pantanal.
Já com as gravações encerradas, Otávio comenta que voltou para seu trabalho em Campo Grande. Por isso, está só na ansiedade para ver as cenas da novela sendo exibidas e poder comentar que ele esteve ali.
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