Mulher desabafa sobre atendimento ruim e é massacrada na internet
Cliente processa mais de 150 pessoas por comentários gordofóbicos em vídeo de desabafo
Longe de mim defender dono de loja. Quem trabalha no comércio sabe que fechar o caixa com cliente ainda dentro é um suplício e quem já precisou comprar algo em cima da hora, também entende o desespero de chegar com dez minutos de sobra e ser recebido com cara feia.
RESUMO
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Uma cliente foi hostilizada nas redes sociais após relatar mau atendimento em uma loja de sapatos em Campo Grande. Maria Eduarda, de 28 anos, havia passado o dia no hospital com um familiar quando tentou fazer compras próximo ao horário de fechamento do estabelecimento. O vídeo de desabafo publicado no TikTok gerou uma onda de comentários gordofóbicos, levando a jovem a processar mais de 150 pessoas. Apesar do episódio negativo, Maria Eduarda, que é de Rondonópolis (MT), encontrou apoio na família, amigos e terapia, transformando a experiência em reflexão sobre relações de trabalho e atendimento ao público.
Mas o que aconteceu com Maria Eduarda, de 28 anos, em uma loja de sapatos no Shopping Campo Grande, foi além do cansaço de fim de expediente.
Em vídeo publicado no TikTok, ela desabafou depois de ser mal atendida quando chegou à loja por volta das 21h50. “Eu já tinha passado o dia no hospital com um familiar internado. Saí às 9h30 da noite, e não esperava ser tratada daquele jeito”, contou à reportagem.
A cena, que poderia gerar um debate saudável sobre horário comercial, virou palco de um problema bem mais profundo: a internet não discutiu atendimento, escolheu o corpo dela como alvo.
“Absolutamente ninguém me respondeu por que não me avisaram que a loja estava fechando. Eles não têm nada pra dizer sobre o que eu questionei, então atacam o meu corpo”, diz Maria Eduarda.
Nos comentários, o vídeo, que tinha a intenção de ser um desabafo, se transformou em enxurrada de ofensas gordofóbicas. Diante da violência, ela decidiu agir judicialmente: “A gente processou mais de 150 pessoas”, confirma.
O episódio aconteceu durante uma visita dela a Campo Grande, cidade que ela não conhecia. “Eu vim pra ver um familiar internado, e no fim do dia precisei comprar uma coisa. Só isso. Mas fui tratada como se fosse um incômodo”, relembra.
Mesmo depois da repercussão, ela não se arrepende de ter postado. “Foi um desabafo. Eu só acho que poderia ter filtrado mais os comentários. Mas entendi muita coisa sobre meus direitos, e hoje tá tudo bem.”
A jovem, que mora em Rondonópolis, Mato Grosso, afirma ter encontrado apoio principalmente na família, amigos e na terapia. “Foi difícil, mas eu tenho um psicológico forte, tenho terapeuta, direção espiritual com o padre, família e amigos sempre por perto. Que bom que foi comigo e não com alguém de cabeça fraca.”
Entre o cansaço de um dia no hospital e a tentativa frustrada de comprar um par de sapatos, Maria Eduarda acabou levantando, sem querer, um espelho para o comportamento coletivo.
“Minha mensagem é que as empresas prestem mais atenção às condições de trabalho dos funcionários, porque não é comum alguém odiar tanto o lugar que trabalha a esse ponto. E que os funcionários também entendam que o diálogo é muito mais eficaz do que tratar mal”, diz
No fim, a história que começou com uma loja quase fechando termina com um lembrete aberto: "às vezes, o que a gente fala, ou deixa de falar, pode pegar fundo no coração de alguém", finaliza Maria.
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