Papai é a estrela, mas Mamãe Noel pode fazer toda diferença no Natal
A experiência de levar uma criança para conhecer o Papai Noel pode ir do céu ao inferno em poucos minutos. A linha que separa o pequeno de amar ou odiar o momento é tênue e segundo o próprio bom velhinho tudo depende da primeira abordagem ao receber o ilustre visitante.
“Tem Mamãe Noel que é afoita. Não sabe receber a criança e acaba atrapalhando. Pega logo no colo e traumatiza a criança”, afirma o Papai Noel do Shopping Pátio Central.
Sem revelar o nome verdadeiro, ele faz questão de manter a magia do Natal, Papai Noel trabalha nessa época do ano ostentando uma barba natural há sete anos. “A Mamãe Noel faz toda a diferença. Ela precisa acalmar a criança, amenizar o medo, apresentar o Papai Noel com leveza”, explica.
É com essa missão que a estudante de pedagogia, Cleia Borges Ortiz, 28 anos, se arruma todos os dias.
Ao todo são 42 dias dedicados a evitar que esse momento único não se transforme em uma tragédia. “É bem complicado, normalmente elas tem muito medo. Ou eu ou o fotógrafo que faz a abordagem da criança. Tento ser simpática, manter o jeito carinhoso, mas sem gritar ou fazer expressão exagerada. Não forçamos a criança”, diz.
Papai Noel acredita que boa parte do medo seja culpa dos próprios pais. “Normalmente eles dizem que as crianças não vão ganhar presente do Papai Noel se não se comportarem. Então, isso cria uma atmosfera negativa em torno do personagem”, frisa.
Cleia tem como tática pedir para que os pais passem várias vezes pelo espaço onde está o Papai Noel.
“Algumas crianças entram em desespero, fazem escândalo, gritam, parece que estamos batendo, tem muito medo mesmo. Então, eu sempre peço para dar uma voltinha, passar mais vezes para ela ter a oportunidade de ver que está tudo bem. Se não der, tente ano que vem. Normalmente o primeiro ano é o pior”, acredita a Mamãe Noel.
Outro caminho são as negociações. Balinhas e diálogo podem funcionar. “A criança precisa ver o Papai Noel como amigo”, declara o bom velhinho.