Professor Carlão fará desafio de 400 km para incentivar doação de órgãos

Um dos rostos e nomes mais emblemáticos de Mato Grosso do Sul quando o assunto é conscientização sobre doação de órgãos, medula óssea e sangue, Carlos Alberto Rezende, de 61 anos, carinhosamente conhecido como “Professor Carlão”, participa em setembro do “Desafio 400 Sangue Bom”. Intercalando ciclismo e corrida, ele fará um percurso de Presidente Prudente a Jaú, cidade onde renasceu após receber o transplante de medula óssea.

O desafio será realizado entre os dias 9 e 15 de setembro como parte de uma série de ações em alusão ao Setembro Verde, mês dedicado à campanha da doação de órgãos. O percurso que o idealizador do Instituto Sangue Bom irá percorrer, passando por cidades do interior do estado de São Paulo, é o ponto de partida de uma ação inédita do Hospital Amaral Carvalho.

"O hospital, este ano, vai realizar a primeira meia maratona no dia 14 de setembro. E eu vou fazer a corrida com uma outra característica: vou levar meu doador de medula óssea, o Dudu. Esse caso é inédito: doador e receptor em uma corrida”, conta o professor.

Além do ineditismo de receptor e doador correndo juntos pela mesma causa, a meia maratona é a primeira que o hospital, referência nacional em transplante de medula óssea, realiza em 108 anos de atividades. Foi nesse hospital, em 2016, que Carlão diz ter renascido após o diagnóstico de aplasia medular severa.

Mas, falando mais sobre o Desafio 400, o professor Carlão explica que o roteiro tem início no dia 9 de setembro, quando ele sai de Campo Grande em direção a Presidente Prudente. Esse primeiro trajeto será feito de carro, mas no dia 10 de setembro o professor sairá de Presidente Prudente revezando corrida e pedal, modalidade conhecida como duatlo.

Eu vou da cidade que eu nasci até a cidade que eu renasci, mas começando o desafio onde moro, resido e amo, que é Campo Grande”, destaca.

Nos 400 km que irá encarar pela frente, Carlão deverá fazer oito horas por dia de atividade física. Mas não é só a bandeira do esporte que ele estará levantando. “Eu vou passando por alguns municípios, onde já estou organizando campanhas e palestras. Em cada parada terá uma palestra”, diz.

Com o objetivo de chamar a atenção para a solidariedade por meio da doação de sangue e cadastramento de novos doadores de medula óssea, o professor deve organizar campanhas de doação de sangue em quatro cidades.

Já no dia 13 de setembro, ele chega a Jaú, onde participa do Treinão Solidário com grupos de corrida da cidade e adjacências. O trajeto será da entrada da cidade até o Hospital Amaral Carvalho. Cada participante, segundo o professor, doará um litro de leite na data. “Ao longo do caminho vamos passar por algumas ruas onde já estão fazendo campanha, onde vamos passar arrecadando leite”, completa.

Todas as doações serão direcionadas para a Casa Ronald, que é uma organização sem fins lucrativos que oferece hospedagem, alimentação, transporte e apoio psicossocial para crianças e adolescentes com câncer e suas famílias durante o tratamento médico.

No dia 14 ocorre a meia maratona inédita do hospital, momento que Carlão define como uma verdadeira comemoração. “Nós vamos celebrar a vida. O objetivo é esse, e destacar a importância da doação de sangue e cadastro da doação de medula e órgãos. É o mês do Setembro Verde e, no dia 20, é o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea, é celebrado no mundo inteiro”, enfatiza. Em inglês, a sigla é WMDA (World Marrow Donor Association).

Na visão de Carlão, o Desafio 400 e a meia maratona são ações que têm como base o amor. “A base disso é um gesto de amor chamado doação de medula óssea.” E, dando continuidade ao mês de campanha, nos dias 18 a 21, ele marca presença na 3ª edição dos Jogos Brasileiros para Transplantados, em Curitiba. Na cidade, ele vai representar Mato Grosso do Sul. Por fim, nos dias 27 e 28 de setembro, é a vez do Campeonato Estadual de Atletismo Master, em Campo Grande.

Desde que renasceu através do transplante, Carlão comenta que tem dedicado a vida a falar sobre a doação em qualquer situação, sendo o esporte, a cultura e a educação áreas fundamentais do trabalho do Instituto Sangue Bom.

“Eu posso falar em qualquer momento porque é um ato de amor, essa é a proposta do instituto. Após o meu transplante, comecei a usar o esporte como minha reinserção para a melhora da minha qualidade de vida. Então, hoje eu tenho 61, sou um ex-fumante, sou transplantado de medula óssea e o esporte é uma das grandes bandeiras que a gente usa”, pontua.

Desde que o Instituto Sangue Bom foi criado pelo professor, em 2015, foram feitas 5.500 ações. Só neste ano, já somam 315 voltadas para a causa. Quem deseja conhecer mais sobre esse trabalho e até mesmo apoiar alguma das ações pode acompanhar nas redes sociais @institutosanguebom e @oprofcarlao.

Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.