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Capital

Líder de quadrilha de tráfico internacional volta à prisão após decisão do STF

Alexander Souza, que explorava a rota da cocaína na fronteira, estava solto por conta de anulação de inquérito

Por Ana Paula Chuva | 15/11/2025 11:17
Líder de quadrilha de tráfico internacional volta à prisão após decisão do STF
Alvo de operação, Alexander posa com fuzil para fotografia. (Foto: Reprodução)

Apontado como um dos líderes da quadrilha que operava o envio de cocaína de Pedro Juan Caballero (Paraguai) e Ponta Porã para grandes cidades brasileiras, Alexander Souza voltou à prisão após decisão de um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), que restabeleceu a ação da Polícia Federal. Ele havia sido liberado depois da anulação do inquérito.

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Alexander Souza, líder de uma organização criminosa especializada em tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, foi preso novamente após decisão do ministro do STF. Ele havia sido solto anteriormente devido à anulação de inquérito, mas a Justiça considerou sua prisão necessária para evitar fuga e garantir a ordem pública. A Operação Sordidum, que desmontou o grupo, revelou que Alexander comandava um dos núcleos mais operacionais, com conexões na fronteira com o Paraguai. A defesa alegou falta de novos fatos, mas o desembargador destacou a gravidade dos crimes e a insuficiência de medidas alternativas, como tornozeleira eletrônica.

A defesa de Alexander chegou a entrar com pedido de habeas corpus, alegando não haver nenhum novo fato para que ele retornasse à cadeia. No entanto, o desembargador federal José Lunardelli afirmou que a prisão do acusado é necessária para garantir a ordem pública e evitar fuga.

“Não é demais lembrar que Alexander Souza figura como líder de um dos polos de atuação da organização criminosa em lume, a qual se destinava ao tráfico de drogas e à lavagem de dinheiro em larga escala, inexistindo dúvida quanto à gravidade concreta das condutas imputadas ao paciente. É sabido também que, tanto em função da proximidade territorial quanto em virtude das atividades perpetradas, bem como de seu papel de liderança, Alexander possui contatos na região da fronteira com o Paraguai, o que facilitaria eventual fuga”, diz o desembargador.

Lunardelli apontou na decisão o receio de que os crimes continuem sendo praticados com a liberdade do homem que chegou a usar identidade falsa antes de ser preso. O desembargador reforçou que os indícios contra o acusado continuam “robustos” e que as medidas alternativas, como tornozeleira eletrônica, não são suficientes para impedir nova atuação do grupo.

Para a Justiça, o bando só teve as atividades interrompidas quando os chefes foram presos.

Sordidum – A megaoperação desmontou um grupo dividido em três núcleos independentes que movimentava drogas em larga escala e lavava milhões de reais com apoio de operadores financeiros. Segundo a PF, Alexander comandava um dos braços mais operacionais e era considerado essencial para manter o esquema funcionando.

Ele chegou a ser capturado e, depois, solto após o STJ (Superior Tribunal de Justiça) considerar ilegais os Relatórios de Inteligência Financeira obtidos pelo COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). Assim, a ação penal foi suspensa e a prisão relaxada.

Porém, no dia 14 de outubro deste ano, o ministro Luiz Fux julgou procedente a reclamação do Ministério Público Federal e devolveu validade aos relatórios que embasaram toda a investigação. Com isso, o processo voltou a andar e o juiz da 5ª Vara Federal restabeleceu a prisão preventiva dos líderes do grupo.

Alvos – As investigações apontaram que Ronildo, usando o nome falso Robson, e Alexander, que utilizava a identidade falsa Maxsuel, encabeçavam um grupo dedicado ao tráfico de cocaína e à lavagem de dinheiro. Na operação, Bernardo, cujo apelido é “Macho Maior”, surgiu como doleiro. Celso é apontado como braço operacional dos doleiros paraguaios, com movimentação de R$ 22 milhões em contas das quais ele é representante.

Para a PF, um dos principais motivos para Ronildo, piloto de avião, adotar identidade falsa foi a expedição de mandado de prisão por homicídio em Goiás. Ele ficou foragido por mais de 12 anos, sendo preso em 2022, durante abordagem da PRF (Polícia Rodoviária Federal) na Bahia.