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Comportamento

Série leva pensamento crítico para além dos muros da universidade

Produção filosófica da UFMS aborda biomas, saberes e ciência com audiovisual leve e gratuito nas redes

Por Geniffer Valeriano | 26/07/2025 07:40

Misturar audiovisual, filosofia e temas como biomas, saberes tradicionais e tecnologias sociais pode parecer ousado,  e é exatamente essa ousadia que move a Série Filosófica de MS. A produção é resultado do Projeto Ágora, da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), e já soma duas temporadas, com linguagem acessível e foco em redes sociais.

RESUMO

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A Série Filosófica de Mato Grosso do Sul, resultado do Projeto Ágora da UFMS, mistura audiovisual e filosofia, abordando temas como biomas e saberes tradicionais. Sob a coordenação do professor Weiny César Freitas Pinto, a série já possui duas temporadas, com a segunda lançada em 2024, focando em biomas e tecnologias sociais. Disponível nas redes sociais, a série visa democratizar o acesso à filosofia e estimular o pensamento crítico. Com episódios curtos e linguagem acessível, tem sido utilizada como recurso didático em salas de aula. O grupo planeja uma terceira temporada, destacando a importância da discussão contemporânea para a sociedade.

Desde 2023, o professor Weiny César Freitas Pinto coordena a iniciativa que nasceu da vontade de levar o pensamento filosófico para além dos muros da universidade. “A gente entendeu que deveria partir para uma ação de tipo audiovisual. Então, reuni alguns alunos do curso de Filosofia e produzimos de maneira muito manual mesmo, sem recurso nenhum, com pouca técnica. O objetivo principal era divulgar nas redes sociais, de forma acessível”, explica.

A primeira temporada, lançada em 2023, abordou temas amplos como ciência e religião. Já a segunda, gravada em 2024 e lançada este ano, contou com o apoio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de MS), permitindo um salto técnico na produção.

Série leva pensamento crítico para além dos muros da universidade
Gravações do projeto iniciaram tímidas e com pouca estrutura (Foto: Arquivo Pessoal)

Inspirada na 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, cujo tema foi “Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais”, a nova temporada tem cinco episódios que tratam de bioma, tecnologia, Pantanal, saberes tradicionais e tecnologias sociais.

Com episódios curtos, de 3 a 5 minutos, a série aposta numa abordagem leve e didática, sem perder a profundidade. “O maior desafio da série foi comunicar temas tão densos e com estruturas tão variadas em pouco tempo”, comenta Weiny. “Mas esse desafio foi contornado pela organização do roteiro”.

Ao mesmo tempo em que se comunica com o público geral, a série também provoca a universidade a refletir sobre o próprio papel social. “A universidade tem a missão fundamental de pensar a sociedade, mas além disso tem um papel essencial de comunicar o pensamento que ela produz. E muitas vezes há um descompasso aí”, observa. “Projetos de extensão como este ajudam a encurtar essa distância”.

Disponível gratuitamente nas redes do Projeto Ágora, YouTube, Instagram, Facebook e TikTok, a série tem como princípio a devolução pública do conhecimento produzido. “Ela foi financiada com recursos públicos, e nada mais justo que devolver ao público o conteúdo que a gente produziu. [...] Mas além disso, queremos democratizar o acesso à filosofia e mostrar que Mato Grosso do Sul tem produção de altíssima qualidade que não precisa ficar confinada à universidade”, destaca.

Série leva pensamento crítico para além dos muros da universidade
Equipe envolvida na produção da série filosófica (Foto: Arquivo Pessoal)

A linguagem acessível e o formato atrativo também vêm fazendo da série um recurso didático para professores. “Tem sido usado em sala de aula, em reuniões temáticas, como ponto de partida para discussões. Isso nos deixa muito felizes”, conta.

Para o professor, assistir à série é um convite a três exercícios: o pensamento crítico, a valorização da ciência local e o acesso ao conhecimento. “A gente quer que o espectador se depare com algo que o faça pensar. Esse é um compromisso clássico da filosofia. E não tem problema algum se houver críticas à série, isso já é sinal de que nosso objetivo foi alcançado”.

Com duas temporadas no ar, o grupo já planeja os próximos passos. “Uma terceira edição vem por aí, mas ainda não há cronograma exato. A gente depende de apoio, de recursos, mas a experiência tem mostrado que vale muito a pena. É uma produção que tem muito a contribuir com o debate político, cultural e científico do nosso estado”, adianta.

E por que assistir? A resposta de Weiny é direta: “Porque a série tematiza, pensa, reflete questões atuais, relevantes, muito importantes para a nossa discussão contemporânea. É uma discussão que diz respeito a todos nós, como sociedade”.

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