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Diversão

Sair de Campo Grande para visitar Inhotim é dar uma chance à sensibilidade

Thailla Torres | 05/03/2017 07:05
Viagem ao maior acervo de arte contemporânea do Brasil é um convite a sensibilidade.
Viagem ao maior acervo de arte contemporânea do Brasil é um convite a sensibilidade.

Mesmo depois de 35 anos em sala falando sobre história da arte, a professora Maria Adélia Menegazzo não deixa de compartilhar conhecimento. O que antes só era feito entre paredes, agora acontece em uma viagem inspiradora pelo universo da arte contemporânea.

O destino é o Instituto Inhotim, em Brumadinho, interior de Minas Gerais, sede de um dos mais importantes acervos de arte contemporânea do Brasil e considerado o maior centro de arte ao ar livre da América Latina.

Um novo grupo de viagem ainda não partiu. Vai sair de Campo Grande no fim de março para curtir dois dias de visitação ao Instituto. O projeto surgiu com a empresária Renata do Valle, dona da Livraria Le Parole, onde acontecem rodas de conversa sobre arte contemporânea.

Obra do artista americano Chris Burden, de 2008 em Inhotim. (Foto: Eduardo Eckenfels)
Obra do artista americano Chris Burden, de 2008 em Inhotim. (Foto: Eduardo Eckenfels)
Inmensa, de Cildo Meireles. (Foto: Tibério França
Inmensa, de Cildo Meireles. (Foto: Tibério França

"Foi durante um papo, em 2013, que tivemos a ideia. Visitar o maior museu a céu aberto. É uma experiência para sair das paredes e vivenciar a troca de percepções a partir de um tema. A viagem é muito instigante e provocativa, consegue expandir o olhar das pessoas", diz Renata.

Como professora de teoria literária e história da arte, Maria Adélia acompanha o grupo para ajudar no que for necessário na compreensão das obras. "Não vou como guia, mas como alguém que está muito disponível a falar da arte no momento certo. Porque para visitar um museu de arte contemporânea, é preciso se desarmar de todos os conceitos", diz.

A viagem sempre começa o sentimento de surpresa para quem tem afinidade ou não com a arte. "Primeiro pelo lugar quanto espaço natural, que é extremamente interessante. Muitos jardins, lagos e espelhos d'água são o complemento do instituto. Depois, você encontra diversos pavilhões que abrigam uma única obra de arte", descreve Maria.

Segundo a professora, o encantamento também surge, quando há percepção sobre o trabalho do artista que consegue materializar o que imaginavam ser impossível. "Por exemplo, umas das obras que mais chamam atenção é o pavilhão onde você entra e ouve o barulho da terra se mexendo, é uma obra de engenharia maravilhosa em termos de som", descreve.

Obra ''Desvio para o vermelho'' de Cildo Meireles. (Foto: Pedro Motta)
Obra ''Desvio para o vermelho'' de Cildo Meireles. (Foto: Pedro Motta)
Esculturas de bronze de Edgar Souza.
Esculturas de bronze de Edgar Souza.

Inhotim é um espaço onde todo mundo entra de fato nas obras de arte e cada um pode construir um sentido para elas. "As vezes, tenho a impressão de que a maioria das pessoas não gosta ou tem um pouco de receio sobre a arte contemporânea, porque é mais fácil reconhecer tudo aquilo que já entendemos. Mas ali você tem que estar aberto à imaginação e à criatividade também", explica a professora.

São dois dias para a visitação. No entanto, a viagem deixa de ser uma visita turística comum, quando as obras despertam a sensibilidade que nem sempre é notada. "É uma viagem que não tem idade e não há regras de conhecimento. Gosto muito de uma frase do Ruben Alves que diz: A gente precisa cuidar o nosso olhar acostumado, ou seja, a gente passa mil vezes pelo mesmo lugar e como estamos acostumados, nem sempre percebemos a beleza e as miudezas das coisas. Então a experiência para Inhotim é maravilhosa. É tirar esse olhar acostumado e voltar para o que há de mais belo na vida", completa Renata.

Quem quiser participar da Viagem Cultural, o passeio vai acontecer de 30 de março a 2 de abril e custa R$ 1,8 mil com direito a passagem, hospedagem, ingressos para dois dias de visitação e translado. Informações pelo telefone: (67) 3043-5100. 

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