Clima divide o campo: perdas no trigo e avanço do milho marcam julho em MS
Boletim aponta restrição hídrica, risco de geadas e ritmo acelerado na colheita de milho e algodão no Estado
Mato Grosso do Sul enfrenta um cenário climático de contrastes na safra 2024/2025, segundo dados do boletim de monitoramento agrícola, divulgado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento, entre 1º e 31 de julho, as condições do tempo afetaram de forma distinta as principais culturas do estado, favorecendo algumas produções e colocando outras sob risco de perdas.
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O sudoeste sul-mato-grossense vive um período crítico para as lavouras de trigo, atualmente em fase de floração e enchimento de grãos. A escassez de precipitações comprometeu o armazenamento hídrico no solo, dificultando o desenvolvimento saudável das plantas. Embora as temperaturas mais amenas tenham reduzido a perda de umidade do solo, elas também elevaram o risco de geadas, especialmente em áreas onde o trigo se encontra em estágios mais suscetíveis.
A combinação de baixa umidade e frio intenso acende um alerta para possíveis impactos na produtividade do cereal. Caso o clima não se estabilize, agricultores podem enfrentar perdas significativas até a colheita.
Por outro lado, o milho segunda safra apresenta condições favoráveis em Mato Grosso do Sul. Apesar do atraso inicial na semeadura, que fez o Índice Vegetativo (IV) ficar abaixo do registrado na safra anterior e da média histórica, as boas condições climáticas no decorrer do ciclo permitiram uma recuperação expressiva.
No sudoeste do estado, onde os ciclos passados foram marcados por dificuldades, a safra atual superou índices de anos anteriores, embora a curva do desenvolvimento esteja agora em queda devido à maturação e início da colheita. A redução das chuvas em julho e a elevação das temperaturas têm favorecido a secagem natural do grão, agilizando os trabalhos no campo.
O clima seco também beneficiou a colheita do algodão. Em algumas áreas ainda passam por aplicação de desfolhantes para acelerar o processo, mas o tempo firme vem garantindo a qualidade da fibra. As condições são consideradas positivas para a finalização da safra, sem grandes riscos de deterioração do produto.
Com o milho e o algodão sob boas condições de colheita, Mato Grosso do Sul equilibra parte das perdas projetadas para o trigo. No entanto, a dependência de chuvas para a fase final do cereal e a ameaça constante de geadas podem impactar a produção total do estado, especialmente no sudoeste, onde a restrição hídrica persiste.
Os próximos relatórios da Conab devem indicar se os efeitos climáticos adversos sobre o trigo serão compensados pelo bom desempenho das outras culturas ou se haverá um saldo negativo na safra 2024/2025.