ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
MARÇO, TERÇA  11    CAMPO GRANDE 26º

Lado Rural

Pouca chuva afeta colheita de soja em MS, dizem especialistas

Além da soja, o plantio de milho também pode sofrer impactos devido as condições climáticas no Estado

Por Ketlen Gomes | 07/03/2025 18:15
Pouca chuva afeta colheita de soja em MS, dizem especialistas
Colheita da safra de soja 2024/2025. (Foto: Aprosoja/MS)

A irregularidade das chuvas no Estado tem afetado a colheita da soja em MS. Dados do Projeto SIGA MS, da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), indicam que cerca de 2,1 milhões de hectares colhidos foram impactados pelo estresse hídrico, o que representa 47% da área total.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

A colheita de soja em Mato Grosso do Sul está sendo prejudicada pela irregularidade das chuvas, afetando 47% da área plantada, segundo a Aprosoja/MS. A falta de precipitação adequada também compromete o plantio do milho, que depende de um regime hídrico específico. Produtores estão adotando cultivares mais resistentes e técnicas de conservação de umidade para mitigar os impactos. A situação gera preocupação com a produtividade e pode levar a prejuízos econômicos e alta nos preços dos alimentos. A Aprosoja continua monitorando a situação, com a região sul liderando a colheita e o plantio do milho.

O coordenador técnico da associação, Gabriel Balta, explica que essa situação já ocorreu em outras safras. As condições climáticas ideais para o plantio do milho exigem um acumulado mínimo de 20 milímetros de chuva e previsões de precipitação que garantam o desenvolvimento da lavoura, estimado entre 400 e 600 milímetros, dependendo da textura do solo.

A falta de chuvas observada em dezembro, janeiro e fevereiro também prejudica a soja, tanto no enchimento de grãos quanto na colheita. Apesar de a umidade baixa ser favorável para evitar danos aos grãos durante a colheita, a escassez de precipitações é um fator preocupante.

"Essa instabilidade afeta a produtividade, que está diretamente ligada à quantidade de sacas por hectare", afirma Balta. Ele destaca ainda que, como o milho é majoritariamente uma cultura de segunda safra no Estado, depende de um regime de chuvas adequado para completar seu ciclo. O cenário de incerteza leva produtores a reduzirem a área plantada ou, em alguns casos, desistirem do cultivo.

"Não podemos ter extremos. Nem muita chuva, nem pouca. Ela tem que permitir os dois trabalhos. Precisamos ter sempre capacidade de campo", reforça o coordenador técnico.

A proximidade entre a colheita da soja e o plantio do milho intensifica o desafio. O ideal é que a soja seja plantada até o fim de novembro, com colheita entre janeiro e março. Já o milho deve ser semeado entre janeiro e fevereiro, com colheita prevista de maio a julho.

A apreensão dos produtores também foi constatada pela coordenadora do curso de Agronomia da Anhanguera, Danieli Nunes, durante conversas com agricultores da região de Dourados. Segundo ela, a redução da "janela ideal" para o plantio do milho aumenta o risco de exposição das lavouras a períodos de estiagem severa e temperaturas extremas ao longo do ciclo da cultura.

Para minimizar os impactos, produtores têm adotado estratégias como o uso de cultivares mais tolerantes ao estresse hídrico e técnicas de conservação da umidade do solo. "No entanto, a expectativa é de que os desafios climáticos continuem influenciando significativamente o desempenho da safra", avalia Danieli.

Entre os principais impactos para o setor, a especialista destaca a quebra de safra, prejuízos econômicos, alta nos preços dos alimentos para o consumidor e desabastecimento de grãos no mercado interno.

Monitoramento - Conforme já noticiado, a Aprosoja segue acompanhando a colheita da soja e o plantio do milho no Estado. A região sul tem o maior percentual de área colhida, com 57,1%, seguida pela região centro (44,4%) e pela região norte (32,6%). No total, cerca de 2,2 milhões de hectares já foram colhidos.

No plantio do milho segunda safra 2024/2025, a região sul também lidera, com 48,2% da área estimada já semeada. A região norte registra 40,8%, enquanto a região centro está com 35,1%, totalizando aproximadamente 936 mil hectares, conforme levantamento do Projeto SIGA-MS.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias