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Lado Rural

Safra da cana em MS cresce 3,8% e supera as 46 milhões de toneladas em 2023

Produção de açúcar bate recorde, ultrapassa 2 milhões de toneladas e é 55% maior em relação ao ciclo passado

Por José Roberto dos Santos | 15/12/2023 16:30
Máquinário trabalha na colheita da cana em área plantada em Mato Grosso do Sul. (Foto: Divulgação/Biosul)
Máquinário trabalha na colheita da cana em área plantada em Mato Grosso do Sul. (Foto: Divulgação/Biosul)

Até 30 de novembro deste ano foram moídas 46,3 milhões de toneladas de cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul. A safra 2023/2024 está em andamento. A quantidade supera o registro total da temporada passada em 3,8%. Em relação ao mesmo período do ciclo anterior (abril a novembro), o processamento da matéria-prima foi 16,6% maior. Os dados são da Biosul (Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul).

O ciclo em andamento encerra-se em 31 de março de 2024.

Outro destaque da safra é a concentração da chamada ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) que registrou 142,50 kg por tonelada de cana, sinalizando melhora na qualidade da matéria-prima com uma média 3,32% acima do ciclo anterior.

Para o diretor-executivo da Biosul, Érico Paredes, as condições climáticas ao longo do ano contribuíram para o resultado positivo. “É um ciclo de recuperação de produção e produtividade em Mato Grosso do Sul. A boa distribuição de chuvas nos canaviais permitiu que as usinas avançassem nos seus cronogramas de colheita preservando a qualidade da matéria-prima e estendendo os trabalhos nas lavouras”, explica.

Operários trabalham em silo de armazenagem e processamento de açúcar. (Foto: Divulgação/Biosul)
Operários trabalham em silo de armazenagem e processamento de açúcar. (Foto: Divulgação/Biosul)

Açúcar e etanol

A produção de açúcar ultrapassou 2 milhões de toneladas, quantidade 55% maior em relação ao mesmo período do ciclo anterior e a maior já registrada no Estado. “É um importante marca para Mato Grosso do Sul, que já é o 5º maior produtor de açúcar do País, sendo o alimento um dos principais produtos que contribuem para a receita de exportação na balança comercial do Estado”, destacou Paredes.

A produção de etanol somou 3,2 bilhões de litros até 30 de novembro. Desses, são 2,2 bilhões de litros de etanol hidratado e 1 bilhão de litros de anidro a partir da cana-de-açúcar e do milho, volumes 25% maior e 1% menor, respectivamente, em relação ao mesmo período do ciclo anterior.

Bioeletricidade

Com o avanço no processamento da cana, a produção de energia elétrica a partir do bagaço da cana-de-açúcar também apresentou aumento. Conforme dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, compilados pela Biosul, de abril a setembro foram exportados 1,4 milhão de MWh (Megawatt-hora) para o SIN (Sistema Interligado Nacional). A quantidade é 9,7% maior em relação ao mesmo período de 2022.

Reação do setor 

A recuperação de produção e produtividade dos canaviais de Mato grosso do Sul vem em um importante momento para o setor, que vive a sua terceira fase de expansão no Estado. Consolidado como o 4º maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil, o setor conta com 18 indústrias sucroenergéticas em operação e quatro projetos.

No último ano, o setor contou com o incremento na produção de etanol de milho, até então produzido somente a partir da cana-de-açúcar. Com suas particularidades em termos de capacidade de produção e armazenamento da matéria-prima (milho), a atividade se apresenta cada vez mais relevante para o Estado por se tratar de uma atividade de alto investimento, alinhada nos quesitos de sustentabilidade, que contribui na movimentação de outros elos da cadeia produtiva e reforça a aptidão do Estado como produtor de energia limpa e renovável.

* Com informações da Biosul (Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul)

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