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Lado Rural

Sob risco de seca, Mapa publica zoneamento agrícola para o milho 1ª safra em MS

Zoneamento indica períodos mais indicados para semeadura em cada município, além de variedades apropriadas

Por José Roberto dos Santos | 28/05/2024 10:36
Milho recém cultivado no sistema de plantio direto em propriedade rural brasileira. (Foto: Arquivo/Embrapa)
Milho recém cultivado no sistema de plantio direto em propriedade rural brasileira. (Foto: Arquivo/Embrapa)

O Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) publicou nesta terça-feira portaria que aprova o Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático) para a cultura do milho primeira safra em MS, para o ciclo 2024/2025, que deverá ser semeado entre setembro e dezembro deste ano. Causada principalmente pela estiagem, a produtividade do milho segunda safra neste ciclo de 2024 sofreu uma redução de quase 15% em Mato Grosso do Sul.

Segundo o boletim do Siga-MS (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio), na segunda safra de milho de 2023/2024 observou-se perdas significativas no potencial produtivo devido ao estresse hídrico. Essa situação adversa afetou uma área total de 474 mil hectares em várias regiões do Estado, incluindo o sul, sudoeste, centro, oeste, nordeste, sul-fronteira e sudeste. Os períodos de seca ocorreram entre março e abril (10 a 30 dias de estresse hídrico) e mais recentemente, entre abril e maio (10 a 20 dias sem chuva).

Em nota técnica anexa a Portaria 124 do Mapa, a Secretaria de Política Agrícola do órgão considerou que para a obtenção de boas produtividades a cultura do milho necessita de precipitação entre 500 a 800 mm de água, bem distribuídos durante seu ciclo de desenvolvimento; temperatura média diária superior a 15ºC, livres de geadas, temperatura média noturna acima de 12,8ºC e abaixo de 25ºC; temperatura no período próximo e durante o florescimento, entre 15ºC a 30ºC e ausência de déficit hídrico.

Com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático, o objetivo é identificar os municípios aptos e os períodos de plantio com menor risco climático para o cultivo do milho no Estado, assim como as variedades indicadas. Como o Zarc do milho está direcionado ao cultivo de sequeiro, as lavouras irrigadas não estão restritas aos períodos de semeadura indicados nas portarias.

A relação dos municípios aptos ao cultivo e os períodos indicados para implantação da cultura estão disponibilizados no Painel de Indicação de Riscos do Ministério da Agricultura e Pecuária, no portal do Mapa, clicando AQUI.

Em Mato Grosso do Sul a segunda safra do milho, antigamente chamada de "safrinha", é o principal ciclo do grão no Estado. MS é o 3º maior produtor nacional de milho e teve um crescimento de 1.408% nas últimas 32 safras, graças ao desenvolvimento de tecnologias que permitiram sua produção na segunda safra. O Estado consome internamente 72% da sua produção, os outros 28% vão para exportação, principalmente para China, Japão e Vietnã. O MS é o 2º maior produtor de etanol de milho do País.

Consórcio do milho com a braquiária permite acúmulo de biomassa entre as espécies. (Foto: Arquivo/Embrapa)
Consórcio do milho com a braquiária permite acúmulo de biomassa entre as espécies. (Foto: Arquivo/Embrapa)

Consórcio milho com braquiária  

Em outra portaria, publicada também nesta terça-feira, 28, o Mapa aprova o Zoneamento Agrícola de Risco Climático para a cultura do milho consorciado com braquiária - 1ª safra em Mato Grosso do Sul, ano-safra 2024/2025.

O cultivo consorciado de plantas produtoras de grãos com forrageiras tropicais tem aumentado significativamente nos últimos anos nas regiões que apresentam inverno seco. O consórcio do milho com a braquiária é possível graças ao diferencial de tempo e espaço no acúmulo de biomassa entre as espécies.

A associação entre o sistema plantio direto e o consórcio entre culturas anuais e pastagens é uma das opções que apresenta maiores benefícios, como maior reciclagem de nutrientes, acúmulo de palha na superfície, melhoria da parte física do solo, pela ação conjunta dos sistemas radiculares e pela incorporação e acúmulo de matéria orgânica, além de ser mais sustentável em relação ao cultivo convencional.

Neste sistema a forrageira pode servir como alimento para a exploração pecuária, a partir do final do verão até início da primavera e, posteriormente, para formação de palhada no sistema plantio direto. Há também possibilidade da utilização da forrageira, exclusivamente, como planta produtora de palhada, proporcionando cobertura permanente do solo até a semeadura da safra de verão subsequente.

O zoneamento identifica as melhores épocas de plantio para as culturas, de acordo com o tipo de solo, para cada município brasileiro, assim como apresenta recomendações de cultivares.

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