Apesar de queda, clima extremo aumenta risco de queimadas em MS
Pantanal tem redução de 98% nas áreas atingidas, mas calor e seca elevam alerta no Estado

Apesar da redução no número de queimadas no Cerrado e no Pantanal em relação a 2024, as condições climáticas extremas enfrentadas pelo Estado nas últimas semanas têm favorecido a ocorrência de novos incêndios florestais. A avaliação é do meteorologista Vinicius Sperling, do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul).
RESUMO
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Mato Grosso do Sul enfrenta aumento no risco de queimadas devido a condições climáticas extremas, apesar da queda nos números em relação a 2024. Temperaturas elevadas, baixa umidade e longos períodos sem chuva criam ambiente propício para incêndios florestais, segundo meteorologista do Cemtec. Nos últimos doze dias, houve aumento de área queimada tanto no Cerrado quanto no Pantanal. Embora preocupante, a situação atual é significativamente melhor que a de 2024. A redução na área queimada no Pantanal chega a 98% e no Cerrado a 79,6%. Fatores como maior volume de chuvas em abril deste ano, ausência de ondas de calor prolongadas e um inverno mais rigoroso contribuíram para este cenário mais favorável.
O último levantamento do Cemtec aponta 39.620 hectares queimados no Cerrado e 30.198 hectares no Pantanal entre 1º de janeiro e 15 de setembro. No comparativo com o relatório anterior, que ia até 3 de setembro, houve aumento de 3.150 hectares no Cerrado e de 8.134 hectares no Pantanal em apenas 12 dias.
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Entre 13 de agosto e 3 de setembro, o crescimento havia sido de 4.704 hectares no Cerrado e 8.540 hectares no Pantanal, mas em um intervalo maior, de 22 dias.
Segundo Sperling, fatores climáticos colocam o Estado em alerta: temperaturas acima de 40 °C em algumas regiões, umidade relativa entre 10% e 15% e longos períodos sem chuva. “Tudo isso torna o ambiente propício para a ocorrência de incêndios florestais. A falta de chuva ou pouquíssima chuva ajuda a explicar o aumento do número de focos”, explica.
O meteorologista ressalta que, ainda assim, os números deste ano estão bem abaixo dos registrados em 2024. Ele atribui a diferença às condições meteorológicas mais favoráveis: maior volume de chuvas em abril, ausência de ondas de calor prolongadas e inverno mais frio que o normal. “Ano passado, a falta de chuva foi muito mais acentuada. Este ano, a gente teve chuvas melhores, um abril muito bom de chuva, não tivemos ondas de calor consecutivas e o inverno foi mais frio, com várias entradas de frente fria. Isso ajuda a reduzir a velocidade, a propagação e até o surgimento de focos de calor”, destaca.
De acordo com os dados, até 15 de setembro deste ano, o Pantanal registrou queda de 98% na área queimada em relação ao mesmo período de 2024, quando 1.542.618 hectares foram atingidos pelo fogo. No Cerrado, a redução foi de 79,6%, passando de 194.390 hectares queimados no ano passado para os atuais 39.620 hectares.
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