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Meio Ambiente

Após mais de R$ 1 milhão em multas, ‘chacreiros’ debatem Rio Formoso

Atividade faz parte das ações de entidades para o Dia Mundial da Água, celebrado no dia 22 de março

Por Gabriela Couto | 17/03/2024 08:04
Lixo deixado por visitantes às margens do Rio Formoso, em Bonito, após festa privada em deck (Foto: Reprodução)
Lixo deixado por visitantes às margens do Rio Formoso, em Bonito, após festa privada em deck (Foto: Reprodução)

Durante as comemorações do Dia Mundial da Água, celebrado no dia 22 de março, as entidades que realizam ações de conscientização e educação ambiental de Bonito decidiram fazer o primeiro bate-papo para tirar dúvidas de proprietários de áreas em torno do Rio Formoso, também chamados de ‘chacreiros’.

O evento é aberto para a população e será realizado no dia 20 de março, às 9h, no auditório da Prefeitura. O ‘plenarinho’ fica localizado na Rua Pilad Rebuá, número 1780. Na ocasião, os convidados do trade turístico, hotelaria, proprietários de áreas rurais e população bonitense vão dialogar sobre legislação e regularização de deck’s, proteção da fauna, proteção das águas, dentre outros assuntos.

O encontro ocorre após a formação de um grupo de trabalho pelo Governo do Estado para pensar soluções para a preservação do rio, que tem prazo final para o mês que vem, podendo ser prorrogado. No feriado do Carnaval, fiscais percorreram 73 propriedades às margens do Formoso e expediram 63 autos de infração, com multas superando R$ 1 milhão

O comandante do PMA (Polícia Militar Ambiental) de Bonito, capitão Kelvin Valente, explicou que a educação ambiental é a principal ferramenta no combate aos delitos ambientais.

“Muitas vezes, a pessoa comete um delito, sem nem saber que está cometendo. Por isso, esse espaço para explicar e tirar dúvidas vai ajudar a mostrar que estamos lá para resolver o problema junto com eles [população] e não contra eles”, afirmou.

Na oportunidade será possível detectar problemas e pensar em soluções. “O dano ao meio ambiente é irreparável, por isso precisamos prevenir. Não adianta prender, sendo que não tem como devolver o que foi tirado da natureza”.

Folder de divulgação de convite do evento com educação ambiental (Foto: Reprodução)
Folder de divulgação de convite do evento com educação ambiental (Foto: Reprodução)

Outro parceiro do evento é o IASB (Instituto das Águas da Serra da Bodoquena). A bióloga e diretora-executiva, Liliane Lacerda, justifica que todas as ações realizadas pela instituição visam diminuir o impacto sobre o rio cristalino da cidade.

“Os órgãos estão de peito aberto para orientar sobre as questões específicas, como as legislações de proteção das águas e as vezes não são divulgadas. Quem não conhece, não tem como saber das regras. A ideia é facilitar o trabalho da PMA e do Imasul, para falar com número maior de pessoas”, acrescenta.

Liliane detalha ainda que muitos chacreiros acabam vendo na fiscalização algo ruim, o que precisa ser desmistificado. “Queremos que eles tragam suas dores, angústias e dúvidas para poder perguntar. Para que, depois, durante a fiscalização, não sejam pegos de surpresa. É um momento importante e esperamos a adesão de todos”.

A educação ambiental com público adulto para ter orientação detalhada vai contar ainda com um podcast destinada aos produtores rurais que não puderem comparecer, já que estão em um momento de colheita de safra. A PMA junto com o Sindicato Rural irá levar questões educativas para que todos sejam informados sobre a legislação, visando a conservação da Bacia do Formoso.

“Queremos fazer uma grande corrente para prevenir crimes ambientais. A educação tem que ser constante e contínua”. O grupo ainda tem participado do monitoramento do rio, com limpeza das margens e o fundo do rio.

Consicentização sobre descarte em local indevido, atingindo os córregos urbanos que desaguam no Formoso também serão pauta de bate-papo (Foto: Instagram)
Consicentização sobre descarte em local indevido, atingindo os córregos urbanos que desaguam no Formoso também serão pauta de bate-papo (Foto: Instagram)

A bióloga também ressalta a importância do papel de cada um, para evitar episódios como os que ocorreram recentemente, com festas em decks na beira do rio.

“Aqui em Bonito nós falamos que o visitante do ecoturismo não faz esse tipo de coisa [jogar lixo em local errado]. Só o turismo em massa, que vem com o carro cheio de compras da cidade para passar os feriados prolongados. O desafio grande é de conscientizar esse público, em qualquer lugar. Além de educar os nossos primeiro, já que a engrenagem do turismo são pessoas daqui. Que eles valorizem o ganha pão deles, para passar adiante. Quando você tem um problema, você tem que olhar no espelho. Temos que sensibilizar o papel importante que os moradores da cidade têm. Que eles se sensibilizem e reconheçam o quanto Bonito é incrível, que sejam mais bairristas e valorizem o espaço”, concluiu.

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