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Meio Ambiente

Associação acalma turistas após remarcações: "acham que está tudo pegando fogo"

"Eles não têm noção do tamanho do Pantanal", diz representante das empresas regionais de turismo de Corumbá

Por Izabela Cavalcanti | 04/07/2024 08:23
Barcos hotéis no Rio Paraguai fazem parte do turismo do Pantanal (Foto: Bruno Rezende)
Barcos hotéis no Rio Paraguai fazem parte do turismo do Pantanal (Foto: Bruno Rezende)

Diante do fogo que devasta parte do Pantanal Sul-mato-grossense, a Acert (Associação Corumbaense das Empresas Regionais de Turismo) reagiu. Garante que todas as pousadas, hotéis, barcos hotéis e destinos estão operando normalmente, e deixa claro que nem tudo está em chamas na região.

“O turismo está trabalhando normalmente, mas tem gente que acha que está tudo pegando fogo, o que não é a realidade. Eles não têm noção do tamanho do Pantanal. Corumbá é um dos maiores municípios do País (em extensão territorial) e não tivemos desistência porque o nosso raio de ação é de 320 quilômetros de rio”, explica o vice-presidente, Ademilson Esquivel.

Ainda de acordo com ele, são R$ 45 milhões injetados na economia por temporada só em folha de pagamento pelos associados em Corumbá.

O Pantanal tem enfrentado a maior estiagem desde 1951. Os incêndios já mobilizaram 446 bombeiros militares desde 2 de abril deste ano, além de 82 militares da Força Nacional, 233 brigadistas do Ibama, 11 aeronaves (incluindo Air Tractors, helicópteros e o cargueiro KC-390) e 39 veículos terrestres e aquáticos (incluindo caminhonetes, caminhões e lanchas).

Aquidauana e Miranda não tiveram incêndios florestais registrados. A maior parte dos focos está em Corumbá, e mesmo nesse destino, o trade foi pouco afetado, segundo o presidente da Fundtur-MS (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul), Bruno Wendling.

“A região ali próxima da cidade - onde tem a pesca esportiva, que os barcos hotéis saem para poder fazer essas atividades - está normal, porque como é barco hotel, eles estão procurando os pontos do Rio Paraguai onde não tem fogo, não tem nem fumaça. São quase 300 km de rio que podem pescar, então, eles estão procurando os 200 km que não foram afetados”, disse.

Ainda segundo ele, na Serra do Amolar o ecoturismo também segue dentro da normalidade.

O Pantanal de Mato Grosso do Sul é responsável por 2.393 empregos diretos. Somente o setor de pesca em Corumbá emprega 1.000 pessoas durante a temporada, com 19 barcos hotéis, 2 barcos de passeio, 3 hotéis, 1 concessionária e 1 loja de equipamentos náuticos associados à Acert.

Prejuízos pontuais - Alguns prejuízos identificados foram a mudança de rota dos barcos hotéis; e alguns cancelamentos e remarcações pontuais por causa de incêndios e fumaça.

Conforme explica o presidente da Fundtur, a Estrada Parque sofreu um pouco com a fumaça, por conta de fogo no Porto da Manga, e foram registrados alguns pedidos de cancelamento. A Fundação de Turismo está monitorando diariamente os empreendimentos no Pantanal.

“Recomendamos fortemente que operadores, agentes de viagens e turistas entrem em contato diretamente com as propriedades hoteleiras antes de realizar qualquer mudança na programação das viagem. Não tomem decisões com base em informações de terceiros. Busquem dados atualizados diretamente com as pousadas, barcos hotéis e hotéis da região”, pontuou Bruno Wendling.

Para julho está prevista uma ocupação de 60% na rede hoteleira, na região pantaneira, incluindo Corumbá. Não há previsão de prejuízo financeiro do turismo da região.

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